Economia

Inflação fica em 0,03% em julho e vai a 6,27% em 12 meses

Considerando os últimos doze meses o índice ficou abaixo do teto da meta, 6,50%


	Alimentação e transportes foram responsáveis por -0,21 ponto no IPCA de julho
 (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

Alimentação e transportes foram responsáveis por -0,21 ponto no IPCA de julho (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2013 às 09h58.

São Paulo* – A inflação oficial do governo, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), anunciado hoje pelo IBGE, apresentou variação de 0,03% em julho. Foi o resultado mais baixo desde julho de 2010 (0,01%). No mesmo mês do ano passado, a taxa ficou em 0,43%. 

Considerando os últimos doze meses o índice foi para 6,27%, abaixo dos 6,70% relativos aos doze meses anteriores e abaixo do teto da meta, 6,50%. O acumulado no ano foi para 3,18% - no mesmo período de 2012, o acumulado havia se situado em 2,76%. Em junho de 2013, a taxa foi de 0,26%.

Transportes e alimentos

Alimentação e transportes são as despesas mais importantes no orçamento das famílias. Alimentação tem peso de 24,65%, e Transportes, de 19,15%. Os grupos foram responsáveis por -0,21 ponto no IPCA de julho.

O grupo Alimentação e Bebidas manteve-se em processo de desaceleração e, após a taxa de 0,04% de junho, apresentou queda de -0,33% em julho, com impacto de 0,08 ponto percentual negativo. Desde julho de 2011 não ocorria deflação nos alimentos. Naquele mês, o resultado foi de -0,34%. Dentre as 11 regiões pesquisadas, Porto Alegre e Curitiba, deixaram de mostrar os preços dos alimentos em queda. As regiões ficaram com, respectivamente, com 0,07% e 0,15%.

O grupo dos Transportes (-0,66%) veio com uma deflação ainda maior que a dos alimentos. O impacto do grupo no índice do mês foi de -0,13 ponto percentual. A taxa de -0,66% foi a queda mais intensa nos Transportes desde junho de 2012. No grupo, as tarifas dos ônibus urbanos ficaram 3,32% mais baratas e lideraram a relação dos impactos para baixo, com –0,09 ponto percentual. 

Das onze regiões pesquisadas, em sete delas ocorreu queda; nas demais não houve alteração. No transporte público, ficaram mais baratas as tarifas dos ônibus intermunicipais, trem e metrô. No transporte privado, ocorreram quedas nos automóveis novos, usados e seguro. Nos combustíveis, ocorreu queda no preço da gasolina e do etanol.

Despesas pessoais e habitação

As Despesas Pessoais tiveram variação de 1,13%, o resultado de grupo mais alto. O grupo foi pressionado pelos ítens empregado doméstico, recreação e cabeleireiro. 

Nas despesas com Habitação, que registrou a segunda maior alta (0,57%), os destaques foram aluguel, taxa de água e esgoto, mão-de-obra para pequenos reparos, energia elétrica e condomínio.


Dentre os índices regionais, o maior foi o de Curitiba (0,48%) por causa da variação da energia elétrica (3,59%). Alimentos (0,15%), gasolina (1,03%) e etanol (0,90%), com resultados acima da média nacional, também pressionaram o índice da região.

Goiânia registrou o menor índice entre as localidades investigadas (-0,23%). Os alimentos registraram queda de 0,66%, as tarifas dos transportes urbanos, de 4,93% e a taxa de água e esgoto, de 2,02%.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou deflação de -0,13% em julho, abaixo do resultado de junho (0,28%). A variação no ano foi para 3,17%, acima da taxa de 3,00% registrada no mesmo período de 2012. Já o INPC acumulado nos últimos doze meses ficou em 6,38%, abaixo dos 6,97% dos doze meses imediatamente anteriores. Em julho de 2012 o INPC havia ficado em 0,43%.

O INPC refere-se às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado. Já o IPCA refere-se às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte. Ambos abrangem nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.

Veja o desempenho de cada grupo:

Grupo Variação (%) junho Variação (%) julho Impacto (p.p.) junho Impacto (p.p.) julho
Índice geral 0,26 0,03 0,26 0,03
Alimentação e bebidas 0,04 -0,33 0,01 -0,08
Habitação 0,57 0,57 0,08 0,08
Artigos de residência 0,12 0,28 0,01 0,01
Vestuário 0,50 -0,39 0,03 -0,03
Transportes 0,14 -0,66 0,03 -0,13
Saúde e cuidados pessoais 0,36 0,34 0,04 0,04
Despesas pessoais 0,40 1,13 0,04 0,12
Educação 0,18 0,11 0,01 0,01
Comunicação 0,19 0,20 0,01 0,01

*A matéria foi alterada às 09:41 para o acréscimo de informações

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIBGEIndicadores econômicosInflaçãoIPCA

Mais de Economia

Com mais renda, brasileiro planeja gastar 34% a mais nas férias nesse verão

Participação do e-commerce tende a se expandir no longo prazo

Dívida pública federal cresce 1,85% em novembro e chega a R$ 7,2 trilhões

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo