Economia

Inflação cai para 0,62% em julho e acumula 9,56% em 12 meses

Inflação caiu em relação aos últimos meses, mas não era tão alta para julho desde 2004; em 7 meses, taxa já bateu teto da meta no ano


	Consumidora no mercado
 (thinkstock)

Consumidora no mercado (thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de agosto de 2015 às 09h37.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,62% em julho, divulgou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a maior taxa para julho desde 2004 (0,91%), ainda que represente uma queda em relação aos últimos meses (a menor desde novembro).

Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses atingiu 9,56%. É o maior nível desde novembro de 2003 (11,02%) e muito acima da meta do governo (que é de 4,5% com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo).

Considerando o período de janeiro a julho, a inflação é de 6,83%, também já estourando o teto da meta e a maior taxa para o período desde 2003 (6,85%).

Grupos

Dos 9 grupos monitorados, 3 subiram e 6 caíram em relação ao mês anterior. Os mais baixos foram Comunicação (0,30%), Transportes (0,15%), Educação (0,00%) e Vestuário (-0,31%).

Alimentação e Bebidas, responsável por cerca de um terço do índice, foi de 0,63% para 0,65%. Os alimentos consumidos fora aumentaram mais (0,77%) do que os consumidos em casa (0,59%)

A energia elétrica voltou a ser uma das maiores responsáveis pela inflação graças a altas de 11,40% em Curitiba e 11,11% em São Paulo. Algumas regiões tiveram queda, o que fez a alta média da conta no mês ficar em 4,17%; 

Sozinha, a eletricidade respondeu por 0,16 ponto percentual do IPCA de julho ao empurrar o grupo Habitação de 0,86% para 1,52% de um mês para o outro (as contas de água e esgoto também subiram).

Despesas Pessoais sentiram o impacto dos itens serviços bancários (2,25%), empregado doméstico (0,61%), cabeleireiro (0,76%) e manicure (0,64%).

As passagens aéreas subiram 0,78% em julho contra 29,19% em junho, o que segurou o grupo Transportes. Também caíram de um mês para o outro a gasolina (-0,29%) e o etanol (-1,79%), mas houve alta nos ônibus interestaduais (6,32%).

Grupo Variação (%) Junho Variação (%) Julho
Índice Geral 0,79% 0,62%
Alimentação e Bebidas 0,63% 0,65%
Habitação 0,86% 1,52%
Artigos de Residência 0,72% 0,86%
Vestuário 0,58% -0,31%
Transportes 0,70% 0,15%
Saúde e cuidados pessoais 0,91% 0,84%
Despesas pessoais 1,63% 0,61%
Educação 0,20% 0,00%
Comunicação 0,34% 0,30%

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Grupo Impacto (%) Junho Impacto (%) Julho
Índice Geral 0,79 0,62
Alimentação e Bebidas 0,16 0,16
Habitação 0,13 0,24
Artigos de Residência 0,03 0,04
Vestuário 0,04 -0,02
Transportes 0,13 0,03
Saúde e cuidados pessoais 0,10 0,09
Despesas pessoais 0,18 0,07
Educação 0,01 0,00
Comunicação 0,01 0,01

O último boletim Focus estima que o IPCA vai fechar 2015 em 9,25% e 2016 em 5,40% - uma queda forte, mas ainda sem convergência para o centro da meta (4,5%).

A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou ontem que a inflação de baixa renda também caiu em julho, mas já passa de dois dígitos no acumulado de 12 meses.

Já os preços globais de alimentos estão no seu menor nível em quase 6 anos, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

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