Inflação nos EUA sobe 0,6% em maio e avança 5% na comparação anual
O índice de preços ao consumidor dos EUA saltou 5% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado, registrando seu maior avanço desde agosto de 2008
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de junho de 2021 às 09h53.
Última atualização em 10 de junho de 2021 às 10h34.
O índice de preços ao consumidor ( CPI , na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,6% em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira, 10, pelo Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o CPI dos EUA saltou 5% em maio, o maior avanço desde agosto de 2008, esuperou as expectativas de economistas.
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O núcleo do CPI, que exclui alimentos voláteis e custos de energia, aumentou 3,8% em relação ao ano anterior, na maior alta desde junho de 1992. O índiceavançou 0,7% na comparação mensal de maio.
Em abril os Estados Unidos também registraram forte alta inflacionária, de 4,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, na esteira do início da reabertura após a pandemia.
O Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o banco central americano, sinalizou que pode tolerar uma inflação mais alta por algum tempo para compensar os anos em que a inflação ficou abaixo da sua meta de 2%.
A aceleração não terá impacto sobre a política monetária. O chair do Fed, Jerome Powell, afirmou repetidamente que uma inflação mais alta será transitória. O banco central dos EUA reduziu sua taxa de juros de referência para quase zero no ano passado e está injetando dinheiro na economia por meio da compra mensal de títulos.
A medida de inflação preferida do banco, o índice PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, aumentou 3,1% em abril, a maior alta desde julho de 1992.
"Ainda não vimos o pico da inflação, mas isso deve ocorrer no trimestre atual, embora as pressões existentes devam manter o ritmo anual elevado para o restante de 2021", disse Sam Bullard, economista sênior do Wells Fargo.
"Esperamos que a inflação diminua de forma mais perceptível na segunda metade de 2022, mas com as expectativas de inflação continuando firmes, o núcleo da inflação do PCE deve permanecer acima de 2,0% ao longo do nosso horizonte de projeção."
A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou no sábado ver a possibilidade de a inflação subir até 3% ao fim do ano, o que seria considerado alto para os Estados Unidos. O governo de Joe Biden vem sendo questionado pelos potenciais efeitos inflacionários dos pacotes de estímulo de trilhões de dólares que tem tentado lançar.
A inflação também pode estar sendo impulsionada pelo aumento de salários à medida que empregadores competem em meio à escassa mão de obra, apesar de o emprego ainda estar 7,6 milhões abaixo do pico em fevereiro de 2020 e com um recorde de 9,3 milhões de vagas não preenchidas.
Os salários aumentaram 0,5% em maio, com ganhos expressivos no setor de lazer e hotelaria.
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