Economia

Indústria paulista tem o maior crescimento desde 1994

Para Fiesp, base de comparação forte, juros altos e dólar fraco conspiram contra a manutenção em 2005 do ritmo detectado pelo Indicador de Nível de Atividade

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.

Impulsionada pelas exportações, a indústria paulista encerrou 2004 com o mais forte crescimento em dez anos. Em relação a 2003, o Indicador do Nível de Atividade (INA) apontou alta de 8,5%, ante recuos de 3,4% e 1,8% nos dois anos anteriores. Segundo André Rebelo, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), embora não seja possível comparar o INA de 2004 com o de 1994, por conta de mudanças metodológicas, as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) permitem concluir que o ano passado foi o melhor desde o Plano Real tanto para o país quanto para o estado de São Paulo. Pelo IBGE, a atividade industrial brasileira avançou 8,3% em 2004, um resultado que só perde para os 17% de dez anos atrás. O Produto Interno Bruto (PIB) industrial de São Paulo equivale a 40,6% do nacional (dados de 2002, os últimos disponíveis).

De janeiro a dezembro de 2004, as vendas externas cresceram 32,3% sobre o ano retrasado. Segundo a Fiesp e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), responsáveis pelo levantamento, os setores industriais com forte direcionamento de produção ao mercado externo são os que têm o nível de utilização da capacidade instalada mais elevado. Veículos automotivos e metalurgia básica, por exemplo, estão utilizando 91,4% e 88,4% de sua capacidade, respectivamente. O aumento de salários na indústria paulista em 2004 foi de 9,5%.

Na avaliação das entidades, a indústria em 2005 certamente não repetirá o desempenho do ano passado, em primeiro lugar porque a base de comparação será robusta. Além disso, juros e câmbio conspiram contra a manutenção do ritmo de crescimento. Fiesp e Ciesp estimam que, no primeiro trimestre, o esfriamento da atividade industrial virá principalmente do contínuo aumento dos juros e do câmbio, caso persista a apreciação do real frente ao dólar. Em dezembro do ano passado, houve uma queda de 8,2% da atividade industrial em relação a novembro mas neste caso, o recuo é característico do último mês do ano.

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