Exame Logo

Indústria opera 17,8% abaixo do pico de junho de 2013, diz IBGE

Recuo na produção industrial na passagem de julho para agosto interrompeu quatro meses seguidos de resultados positivos

Índice de difusão da indústria, que mede o porcentual de produtos com avanço na produção, aumentou de 54,4% em julho para 55,7% em agosto (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 12h29.

Rio de Janeiro - A indústria operava em agosto 17,8% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, segundo os resultados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da queda de 0,8% registrada em agosto ante julho, os patamares de produção mais baixos da série ficaram para trás, garantiu André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Veja também

"A indústria estava 17,1% abaixo do pico de produção em julho. Com a entrada dessa queda de 0,8% em agosto, aumenta esse distanciamento. Mas essa distância já foi superior a 20%. Claro que ainda se encontra muito distante do nível mais elevado de produção. Mas os patamares mais baixos da série foram deixados para trás", afirmou o gerente da pesquisa.

O recuo na produção industrial na passagem de julho para agosto interrompeu quatro meses seguidos de resultados positivos, período em que acumulou um ganho de 3,3%.

A menor produção de açúcar prejudicou o desempenho da indústria alimentícia, mas também houve reduções nos segmentos de máquinas e equipamentos, derivados de petróleo e indústrias extrativas.

Segundo Macedo, derivados de petróleo vêm registrando recuos por conta do cenário de menor demanda doméstica por combustíveis, enquanto a extrativa incorporou perdas por paralisações de algumas plataformas de petróleo para manutenção.

Na comparação com agosto do ano passado, porém, a indústria teve avanço de 4,0% na produção, com crescimentos em 20 dos 26 ramos investigados.

"Esse espalhamento de crescimento (entre as atividades) é a melhor situação desde julho de 2013. Naquela ocasião eram 21 com taxas positivas e cinco com redução na produção", lembrou Macedo.

A atividade de veículos automotores teve um salto de 28,2%, melhor desempenho desde janeiro de 2013, quando cresceu 41,9%. O segmento exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria em agosto.

Outras contribuições positivas relevantes foram de produtos alimentícios (4,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (22,1%), indústrias extrativas (2,6%), produtos do fumo (63,0%), produtos de borracha e de material plástico (4,9%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (11,0%), produtos diversos (14,2%) e móveis (12,0%).

Entre as seis atividades com redução na produção, as perdas mais relevantes foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,7%), outros equipamentos de transporte (-14,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,8%).

Difusão

O índice de difusão da indústria, que mede o porcentual de produtos com avanço na produção, aumentou de 54,4% em julho para 55,7% em agosto, segundo o IBGE.

O índice de difusão não ficava acima de 50% por dois meses consecutivos desde 2013, lembrou André Macedo. "Então também tem uma sinalização pelo índice de difusão dessa melhora na produção", apontou.

O pesquisador garante que a indústria permanece com característica de melhora gradual, apesar da queda de 0,8% registrada em agosto ante julho.

No período, a maioria das atividades teve avanço. Na comparação com agosto de 2016, a alta de 4,0% foi resultado de crescimentos em 20 dos 26 ramos pesquisados.

"E a queda em 12 meses está muito próxima da estabilidade (-0,1%). É fato que tem algum ritmo de melhora da produção mesmo com essa queda na margem", disse Macedo.

No ano, a indústria teve um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A base de comparação baixa - a indústria tinha recuado 8% no mesmo período do ano passado - ajudou na magnitude de alta de algumas atividades, mas ainda há sinais de recuperação. Houve resultados positivos em três das quatro categorias de uso, 15 dos 26 ramos e 52,4% dos 805 produtos pesquisados.

As atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (13,9%) e indústrias extrativas (6,6%) exerceram as maiores influências na formação da média da indústria de janeiro a agosto.

Outras contribuições positivas relevantes foram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (20,7%), produtos do fumo (22,4%), metalurgia (2,4%), máquinas e equipamentos (2,7%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,9%).

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIBGEIndústria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame