Economia

Indústria desacelera e produção cai 1,3% em janeiro

Queda foi maior entre os bens de consumo duráveis. Na comparação com janeiro de 2005, resultado geral foi de crescimento de 3,2%

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.

A produção industrial brasileira não repetiu os resultados positivos dos três meses anteriores e caiu 1,3% em janeiro frente a dezembro. Em relação a janeiro de 2005, houve expansão de 3,2%. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda na relação mês a mês contribuiu para a desaceleração do avanço acumulado nos últimos doze meses, que passou de 3,1% em dezembro para 2,9% em janeiro.

A produção industrial em janeiro frustrou as expectativas do ABN Amro Real, que esperava uma queda menor: 0,4%. "A média móvel trimestral cresceu somente 0,6%, o que reforça nossa análise de que os crescimentos observados nos últimos dois meses de 2005 superestimaram o ritmo com que a atividade econômica vem se recuperando", afirmou Zeina Latif em relatório. Como motivo dos números abaixo do esperado, a economista do ABN aponta os estoques de bens de consumo e bens de capital, que continuam altos. Para o IBGE, o resultado negativo com que a indústria abriu 2006 indica desaceleração do setor: "Em síntese, a performance industrial no início de 2006 sugere uma certa acomodação no ritmo de atividade".

O pior desempenho foi sentido entre os bens de consumo duráveis (-5,7%), que haviam registrado alta de 17,7% no mês anterior. Na comparação com janeiro de 2005, no entanto, a categoria conseguiu crescer 18,4%. Os bens intermediários foram os únicos a mostrar crescimento frente aos resultados de dezembro, com alta de 0,4%. Contra janeiro de 2005, o avanço foi de 2,9%. Bens de consumo semiduráveis e não duráveis caíram 1,8% em relação à produção de dezembro, e subiram apenas 0,2% frente a janeiro de 2005.

Já a categoria bens de capital manteve alta frente ao primeiro mês do ano passado (6,8%), mas teve recuo (-3,6%) depois de dois meses de expansão na comparação mês a mês - para Zeina, o número fraco não deve ser considerado alarmante. "Apesar de a performance dos bens de capital causar alguma preocupação, as decisões atuais de investimento por empresas não estão demonstrando o mesmo padrão, já que as compras domésticas de máquinas parecem ter ficado estáveis em janeiro", afirmou no relatório.

Nos setores, destacaram-se pela redução da produção veículos automotores (-7,6%), farmacêutico (-10,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%). Os que mais cresceram entre dezembro e janeiro foram a indústria extrativa (1,6%) - que registrou o maior patamar na série histórica com juste sazonal-, bebidas (2,9%) e vestuário (4,9%).

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