Economia

Índice de clima de negócios na Alemanha cai mesmo com BCE

O plano do Banco Central Europeu de comprar títulos de países do euro falhou em convencer as empresas de que o pior da crise ficou para trás


	BCE e a crise: duras medidas de austeridade em muitos países europeus enfraqueceram a demanda pelas exportações da Alemanha
 (Ralph Orlowski/Getty Images)

BCE e a crise: duras medidas de austeridade em muitos países europeus enfraqueceram a demanda pelas exportações da Alemanha (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 11h10.

Berlim - O sentimento de negócios da Alemanha caiu pelo quinto mês seguido em setembro, para o menor nível desde o início de 2010, mostrando que o plano do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos de países do euro falhou em convencer as empresas de que o pior da crise ficou para trás.

O instituto Ifo informou nesta segunda-feira que seu índice de clima de negócios, com base em pesquisa mensal junto a 7 mil empresas, caiu para 101,4 em setembro ante 102,3 em agosto. Pesquisa da Reuters com 45 economistas estimava um ligeiro aumento para 102,5.

"A queda em setembro na pesquisa de negócios do Ifo é uma lembrança de que mesmo as economias mais fortes da zona do euro estão sofrendo uma séria contração econômica", escreveu em nota a economista do Capital Economics Jennifer McKeown.

"Embora a Alemanha possa ter evitado uma recessão no terceiro trimestre, parece ser apenas uma questão de tempo para que a economia comece a contrair. Isso vai tornar o apoio às economias periféricas ainda mais difícil." O que pesou sobre o índice Ifo foi uma forte queda no sentimento da indústria, embora as empresas do varejo e do atacado tenham reportado um sentimento ligeiramente melhor.

Duras medidas de austeridade em muitos países europeus enfraqueceram a demanda pelas exportações da Alemanha, e um ambiente econômico global mais fraco ameaça também a demanda de economias emergentes.

Apesar de a economia alemã ter salvado a zona do euro da recessão nos três primeiros meses do ano ao crescer 0,5 por cento, perdeu força no segundo trimestre, com o crescimento desacelerando para 0,3 por cento.

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