Economia

IGP-M de maio tem maior queda desde 2011, diz FGV

A queda do indicador foi puxada pela deflação de 0,65% nos preços do atacado, a menor taxa desde julho de 2009 (-0,85%)


	Preços: IGP-M tem taxa mais baixa desde junho de 2011, quando índice recuou 0,18%
 (Getty Images)

Preços: IGP-M tem taxa mais baixa desde junho de 2011, quando índice recuou 0,18% (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 15h28.

São Paulo - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de -0,13% em maio registrou a primeira deflação desde novembro de 2012, quando teve declínio de 0,03%.

É a taxa mais baixa desde junho de 2011, quando o índice recuou 0,18%.

A queda do indicador foi puxada pela deflação de 0,65% nos preços do atacado, a menor taxa desde julho de 2009 (-0,85%).

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio/Vargas (Ibre/FGV).

Contudo, o IGP-M não deve manter-se no terreno negativo em junho, diante da alta probabilidade de os preços no atacado reduzirem a deflação e até mesmo migrarem para o campo das altas, segundo avaliação feita pelo coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, em entrevista nesta manhã desta quinta-feira, 29, para comentar o indicador.

"É pouco provável haver nova deflação do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e menos ainda do IGP-M", disse.

"Os fatores que produziram a deflação forte do IPA já estão se esgotando", complementou, citando o ajuste em baixa de preços agrícolas e a desvalorização do câmbio, que pesa sobre a composição de produtos industriais.

Segundo Quadros, o processo de devolução dos impactos da alta provocada pela estiagem sobre os produtos agropecuários está se completando e o câmbio não deve ter espaço para maiores apreciações.

"Nada indica que o câmbio terá nova onda de valorização e o ajuste do IPA Agro já se deu", disse.

Mas há um terceiro fator, os preços do minério de ferro, que são uma incógnita, e podem contrariar a previsão, disse Quadros.

Os preços do minério recuaram 6,10% em maio, alinhados à queda nas cotações do mercado internacional, por sua vez, influenciada pela perspectiva de desaceleração da economia chinesa.

"Esse fator não dá para dizer que já acabou porque tem a ver com a China, que está numa situação indecifrável", afirmou.

"Por isso, não dá para descartar totalmente uma nova deflação do IPA, mas se houver será pequena e não deve manter o IGP-M negativo", disse.

A expectativa de migração do IGP-M para o campo positivo em junho tem por base, ainda, a esperada manutenção dos preços da construção civil.

Ainda que tenha participação de apenas 10% no IGP, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que avançou 1,37% em maio, deve continuar pressionado no próximo mês. "Ainda deve ficar acima de 1%", disse Quadros.

O INCC está reagindo a pressões sazonais relacionadas ao dissídio salarial dos trabalhadores da construção civil.

Em maio, o grupo Mão de Obra teve alta de 2,20% no INCC, afetado pelo reajuste da categoria em São Paulo, que ficou em 7,3%, segundo Quadros.

E no próximo mês a categoria em outras cidades também devem fechar seus reajustes.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEstatísticasFGV - Fundação Getúlio VargasIGP-MIndicadores econômicosInflaçãoPreços

Mais de Economia

STF prorroga até setembro prazo de suspensão da desoneração da folha

FGTS tem lucro de R$ 23,4 bi em 2023, maior valor da história

Haddad diz que ainda não apresentou proposta de bloqueio de gastos a Lula

FMI confirma sua previsão de crescimento mundial para 2024 a 3,2%

Mais na Exame