Ideia de ação dos BRICS no câmbio é boa, diz autoridade
Segundo vice-presidente do BC da Índia, países não discutiram uma intervenção coordenada, mas "vale a pena pensar no assunto"
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 22h44.
Fortaleza - Os cinco países que formam os BRICS não discutiram uma intervenção coordenada nos mercados de câmbio globais, mas "vale a pena pensar no assunto", disse o vice-presidente do Banco Central da Índia, Urjit Patel, à Reuters nesta terça-feira.
Os líderes das cinco maiores economias emergentes fecharam um acordo nesta terça-feira para a criação de um banco de desenvolvimento com 100 bilhões de dólares em capital e a criação de um fundo de reservas de mesmo valor para contrapor o domínio do Ocidente nas finanças globais.
Quando perguntado se os BRICS poderiam em algum momento intervir conjuntamente nos mercados de câmbio para reduzir turbulências, Patel disse que "é um ponto que vale a pena se pensar, mas não foi discutido".
Patel afirmou que o novo fundo, denominado Arranjo Contingente de Reservas (CRA, na sigla em inglês), poderá incluir no futuro países que não fazem parte dos BRICS. O fundo, desenhado para ajudar os países membros a lidarem com problemas de balanço de pagamentos, vai "dar um pouco mais de conforto" para os países emergentes, acrescentou.
"Acho que é um importante sinal de que os BRICS estão dispostos a tomar a dianteira para a mudança no modo que a gente pensa a arquitetura financeira do mundo", disse Patel, durante a reunião de cúpula dos BRICS em Fortaleza.
As duas novas instituições são a primeira grande conquista dos países que formam os BRICS -- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- desde que se reuniram em 2009 para pressionar por maior influência na ordem financeira global criada por potências ocidentais e centrada no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial.
Patel disse que não espera que o Congresso dos Estados Unidos ratifique rapidamente as reformas que irão aumentar o peso dos países emergentes no FMI.
Os países emergentes discutiram separar as mudanças no sistema de quotas da reforma de governança para facilitar a aprovação das reformas do FMI. Contudo, ele disse que a Índia não apoia essa estratégia e quer a aprovação completa do pacote de reformas.
"A posição da Índia é que nós não somos a favor da desvinculação porque então você perderia força para a mudança fundamental que é necessária nessas instituições", disse ele.