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ICV de julho teve deflação para famílias mais pobres

São Paulo - Dados de inflação divulgados hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram cenários distintos para famílias de maior e menor poder aquisitivo na cidade de São Paulo. Na pesquisa do Índice do Custo de Vida (ICV) de julho, para os mais pobres houve deflação de 0,01% no mês passado; […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - Dados de inflação divulgados hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram cenários distintos para famílias de maior e menor poder aquisitivo na cidade de São Paulo.

Na pesquisa do Índice do Custo de Vida (ICV) de julho, para os mais pobres houve deflação de 0,01% no mês passado; já o custo de vida dos mais ricos subiu 0,21%. O ICV geral de julho foi de 0,14%.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente três índices específicos de inflação, segundo os estratos de renda das famílias. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

No primeiro estrato, o ICV de julho foi 0,02 ponto porcentual inferior à variação positiva de 0,01% do mês anterior. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,16 ponto superior à de junho. No grupo intermediário, o ICV passou de -0,02% para 0,05%.

De acordo com o Dieese, as diferenças nas taxas por estrato de renda resultam da forma como as famílias distribuem seus gastos. Segundo os técnicos da instituição, aumentos no grupo Habitação, cuja alta média foi de 0,85% e a origem está ligada ao comportamento dos aluguéis e da mão de obra da construção civil, tiveram impacto semelhante para famílias de diferente poder aquisitivo, com contribuição de 0,21 ponto porcentual para as taxas de ICV do primeiro e do segundo estratos e representação de 0,19 ponto porcentual para a taxa dos mais ricos.

O levantamento do Dieese mostrou que contribuições crescentes no cálculo das taxas por estrato de renda foram detectadas no grupo Saúde, que avançou 1,03% em julho. Conforme análise dos técnicos, o movimento no grupo foi resultado da alta nos Seguros e Convênios médicos, que atingem mais as famílias de maior poder aquisitivo e geraram impacto de 0,17 ponto porcentual na taxa do ICV específico. Para o primeiro e o segundo estratos, as contribuições para as taxas foram de 0,10 ponto e de 0,12 ponto porcentual, respectivamente.

A pesquisa do Dieese mostrou que, em contrapartida, a queda média de 0,77% do grupo Alimentação em julho beneficiou mais as famílias de menor nível de renda. Para o primeiro estrato, que engloba justamente as famílias mais pobres, o alívio na composição da taxa específica de ICV foi de 0,36 ponto porcentual. No estrato intermediário e no terceiro, os alívios foram de 0,28 ponto e de 0,16 ponto porcentual, respectivamente.

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