Economia

IBGE mantém projeção recorde para safra de grãos em 2017

A estimativa é que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir 240,3 milhões de toneladas

Grãos: o resultado, além de ser recorde, é 30,1% maior do que o da safra do ano passado (Paulo Fridman/Bloomberg)

Grãos: o resultado, além de ser recorde, é 30,1% maior do que o da safra do ano passado (Paulo Fridman/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de julho de 2017 às 11h29.

As projeções para um recorde na safra de grãos em 2017 continuam aumentando e os últimos números relativos ao Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho, divulgados hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimam que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir 240,3 milhões de toneladas.

O resultado, além de ser recorde, é 30,1% maior do que o da safra do ano passado, que foi de 184,7 milhões de toneladas. Em relação às projeções de maio, houve um crescimento da produção de 1,7 milhão de toneladas (0,7%).

Também as projeções em relação à área plantada cresceram 117,4 mil hectares, o equivalente a 0,2% em relação ao mês anterior.

A estimativa da área a ser colhida subiu 7% atingindo 61 milhões de hectares. Em 2016, a área colhida foi de 57,1 milhões de hectares. São esperados recordes na produção da soja e do milho.

As previsões indicam que a safra da soja atinja 114,8 milhões de toneladas, resultado 19,5% maior do que a do ano passado, enquanto a do milho deverá atingir 97,7 milhões de toneladas, crescimento de 53,5%.

Em relação a 2016, houve crescimento de 2,3% na área a ser colhida da soja, de 17,7% no milho e 3,6% no arroz. Já as estimativas da produção do milho somam 97,7 milhões de toneladas. Estes três produtos representaram, juntos, 93,5% da estimativa da produção total da safra deste ano e 87,8% da área a ser colhida.

Comparando-se as estimativas de maio e junho, os destaques foram para o amendoim primeira safra (26,2%), cebola (5,7%), batata-inglesa 2ª safra (4,5%), batata-inglesa 3ª safra (2,3%), batata-inglesa 1ª safra (1,6%), milho 2ª safra (1,3%), soja (0,8%), milho 1ª safra (-0,4%), feijão 3ª safra (-1,4%), feijão 2ª safra (-3,9%) e amendoim 2ª safra (-54,3%).

Avaliação

Na avaliação do gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Carlos Alfredo Guedes, chama a atenção que as estimativas de safra tenham ultrapassado as 240 milhões de toneladas, o que acontece pela primeira vez no país. Ele lembra o fato de que a safra de 2016 foi prejudicada pelas condições climáticas adversas e acabou ficando 11,9% menor do que a de 2015.

"O milho e a soja foram os principais responsáveis por esse novo patamar. No caso do milho, a segunda safra puxou a produção para cima e deve ser responsável pela maior parte da safra deste cereal em 2017. Em junho, estimamos que essa participação seja de 68,4%".

Segundo Carlos Alfredo, a produção de milho, por exemplo, vem superando bastante as expectativas. "Com a alta da segunda safra, ficamos sem local para estocar o milho. Os produtores estão improvisando a armazenagem e até mesmo estocando o cereal a céu aberto", disse.

Outra consequência dessa produção recorde da safra de milho pode ser o aumento das exportações. Segundo o gerente do LSPA, com a quebra da safra de 2016, o preço do milho subiu bastante e chegou a ficar mais alto no mercado interno do que no exterior e com isso, os produtores diminuíram as exportações.

Carlos Alfredo lembrou que as exportações de milho acumuladas no primeiro semestre de 2017 recuaram 72,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Mas, segundo ele, o recorde da segunda safra de 2017 poderá reverter esse quadro, derrubando os preços internos e aumentando as exportações de milho no segundo semestre.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaCereaisIBGESafras agrícolas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor