Haiti oferece oportunidades para investidores
Michel Martelly, presidente do país, tentará convencer executivos de grandes empresas, com os quais se reunirá durante sua estadia em Davos, na Suíça
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 17h53.
Davos - O presidente do Haiti, Michel Martelly, afirmou nesta quinta-feira que seu país já não é aquele 'que se queixava de suas misérias' e que o processo de reconstrução do país, devastado pelo terremoto de dois anos atrás, trará grandes e atrativas oportunidades de investimento.
Martelly tentará convencer executivos de grandes empresas, com os quais se reunirá durante sua estadia na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial de Davos , que este ano dedica uma sessão ao Haiti.
Em entrevista concedida à Agência Efe, o presidente ressaltou que viajou a Davos para explicar que seu país 'já não é o Haiti do passado, mas um país que se considera rico e que oferece oportunidades'.
Martelly reconheceu que a reconstrução avança lentamente, mas destacou que erguer um país 'leva tempo' e que o Estado só contou com 1% de toda a ajuda internacional recebida até agora. O restante, garante, foi canalizado por organizações internacionais e não-governamentais.
Pergunta: As críticas pela lentidão da reconstrução do Haiti são muitas e o Estado é visto em grande parte como responsável. Como o senhor responde a essas críticas? O que fazer para acelerar este processo?
Resposta: Imediatamente após o terremoto não se pôde fazer muito, tentamos salvar vidas e dar comida às pessoas, mas depois começamos a reconstrução do Haiti. Desde que chegamos ao Governo (em maio de 2011) fizemos com que cerca de um milhão de crianças que viviam em acampamentos retornassem à escola e começamos a construção de quatro mil casas nos arredores de Porto Príncipe. Mas o que o terremoto destruiu em 30 segundos não poderá ser reconstruído em um ano, levará mais tempo. Eu sempre digo aos haitianos: se plantarmos uma árvore hoje, em cinco ou sete anos poderemos nos sentar sob sua sombra. Reconstruir um país leva tempo.
P: Até que ponto seu Governo conta com ajuda internacional para reconstruir o país, considerando que alguns dos países que foram doadores do Haiti passam agora por uma crise financeira e econômica?
R: A maior parte da ajuda passa pelas organizações internacionais e pelas ONGs. Ouvimos queixas sobre a suposta lentidão nas ações tomadas, mas quando o Estado recebe apenas um centavo por cada dólar da ajuda que chegou significa que as ONGs se transformam no Estado, porque têm os meios (econômicos) e empregam os especialistas, enquanto as instituições públicas enfraquecem. O Governo quer agora que todos sentem juntos para trabalhar na mesma direção. Terminou a época em que qualquer um podia fazer o que queria ou onde queria, agora haverá planejamento e assim poderemos ver os resultados.
P: Mas é provável que o Haiti receba menos contribuições que o esperado para sua reconstrução.
R: Isto ocorre em boa hora porque não aceitamos mais ajuda ou doações. O que queremos são empregos, e para isso devemos atrair o setor privado e permitir que invistam no país.
P: Por que os investidores deveriam se interessar no Haiti?
R: Porque, com a quantidade de coisas a fazer no Haiti, há muitas oportunidades. Na infraestrutura, estradas, aeroportos, portos, escolas, hospitais e pelo menos cem mil casas para construir. Na agricultura, temos terras férteis e uma população ativa que quer trabalhar, o problema é organizar tudo isso. Em telecomunicações também há muitas possibilidades. Apenas 25% da população tem acesso à eletricidade, o que é um problema para os haitianos, mas uma oportunidade para os investidores que queiram ganhar dinheiro. O importante agora é dar garantias que o Estado haitiano será um parceiro e que vamos proteger os investimentos que forem feitos.
P: Como seu Governo garantirá a transparência e evitará a corrupção com todo esse fluxo de investimentos privados que espera para seu país?
R: Todos sabem que chegamos para fazer mudanças, que governamos de outra maneira. Vamos colocar todos os meios necessários à disposição para assegurar que tudo será feito dentro da lei. É por isto que viajamos, para garantir a todo o mundo que já não somos o Haiti do passado, que se queixava de suas misérias, mas um país que se considera rico e que oferece oportunidades.
Davos - O presidente do Haiti, Michel Martelly, afirmou nesta quinta-feira que seu país já não é aquele 'que se queixava de suas misérias' e que o processo de reconstrução do país, devastado pelo terremoto de dois anos atrás, trará grandes e atrativas oportunidades de investimento.
Martelly tentará convencer executivos de grandes empresas, com os quais se reunirá durante sua estadia na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial de Davos , que este ano dedica uma sessão ao Haiti.
Em entrevista concedida à Agência Efe, o presidente ressaltou que viajou a Davos para explicar que seu país 'já não é o Haiti do passado, mas um país que se considera rico e que oferece oportunidades'.
Martelly reconheceu que a reconstrução avança lentamente, mas destacou que erguer um país 'leva tempo' e que o Estado só contou com 1% de toda a ajuda internacional recebida até agora. O restante, garante, foi canalizado por organizações internacionais e não-governamentais.
Pergunta: As críticas pela lentidão da reconstrução do Haiti são muitas e o Estado é visto em grande parte como responsável. Como o senhor responde a essas críticas? O que fazer para acelerar este processo?
Resposta: Imediatamente após o terremoto não se pôde fazer muito, tentamos salvar vidas e dar comida às pessoas, mas depois começamos a reconstrução do Haiti. Desde que chegamos ao Governo (em maio de 2011) fizemos com que cerca de um milhão de crianças que viviam em acampamentos retornassem à escola e começamos a construção de quatro mil casas nos arredores de Porto Príncipe. Mas o que o terremoto destruiu em 30 segundos não poderá ser reconstruído em um ano, levará mais tempo. Eu sempre digo aos haitianos: se plantarmos uma árvore hoje, em cinco ou sete anos poderemos nos sentar sob sua sombra. Reconstruir um país leva tempo.
P: Até que ponto seu Governo conta com ajuda internacional para reconstruir o país, considerando que alguns dos países que foram doadores do Haiti passam agora por uma crise financeira e econômica?
R: A maior parte da ajuda passa pelas organizações internacionais e pelas ONGs. Ouvimos queixas sobre a suposta lentidão nas ações tomadas, mas quando o Estado recebe apenas um centavo por cada dólar da ajuda que chegou significa que as ONGs se transformam no Estado, porque têm os meios (econômicos) e empregam os especialistas, enquanto as instituições públicas enfraquecem. O Governo quer agora que todos sentem juntos para trabalhar na mesma direção. Terminou a época em que qualquer um podia fazer o que queria ou onde queria, agora haverá planejamento e assim poderemos ver os resultados.
P: Mas é provável que o Haiti receba menos contribuições que o esperado para sua reconstrução.
R: Isto ocorre em boa hora porque não aceitamos mais ajuda ou doações. O que queremos são empregos, e para isso devemos atrair o setor privado e permitir que invistam no país.
P: Por que os investidores deveriam se interessar no Haiti?
R: Porque, com a quantidade de coisas a fazer no Haiti, há muitas oportunidades. Na infraestrutura, estradas, aeroportos, portos, escolas, hospitais e pelo menos cem mil casas para construir. Na agricultura, temos terras férteis e uma população ativa que quer trabalhar, o problema é organizar tudo isso. Em telecomunicações também há muitas possibilidades. Apenas 25% da população tem acesso à eletricidade, o que é um problema para os haitianos, mas uma oportunidade para os investidores que queiram ganhar dinheiro. O importante agora é dar garantias que o Estado haitiano será um parceiro e que vamos proteger os investimentos que forem feitos.
P: Como seu Governo garantirá a transparência e evitará a corrupção com todo esse fluxo de investimentos privados que espera para seu país?
R: Todos sabem que chegamos para fazer mudanças, que governamos de outra maneira. Vamos colocar todos os meios necessários à disposição para assegurar que tudo será feito dentro da lei. É por isto que viajamos, para garantir a todo o mundo que já não somos o Haiti do passado, que se queixava de suas misérias, mas um país que se considera rico e que oferece oportunidades.