Haddad propõe recriar Ministério da Ciência
As propostas constam do plano de governo registrado pela campanha de Haddad na Justiça Eleitoral, em setembro.
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de outubro de 2018 às 09h31.
São Paulo - O candidato Fernando Haddad (PT) propõe recriar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - desfazendo a fusão com a pasta de Comunicações - e aumentar os investimentos no setor para 2% do PIB até 2030, com recuperação dos orçamentos das agências de fomento federais e descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
As propostas constam do plano de governo registrado pela campanha de Haddad na Justiça Eleitoral, em setembro.
"É um documento mais conciso e mais objetivo", diz o físico Sergio Rezende, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que foi ministro de Ciência e Tecnologia durante cinco anos no governo Lula.
Várias das propostas apresentadas no novo documento da equipe de Jair Bolsonaro, segundo ele, também são boas, mas "não batem" com o discurso neoliberal do candidato do PSL. "Tenho muita dificuldade em acreditar que elas serão implementadas", avalia Rezende.
Desafios
A elevação do nível de investimento em ciência e tecnologia para 2% do PIB é uma das principais demandas apresentadas pela comunidade científica aos candidatos. A taxa atual gira em torno de 1%.
Tanto Haddad quanto Bolsonaro adotaram a meta, com prazos e ambições diferentes.
Em ambos os casos, o especialista Fernando Peregrino acha improvável que a proposta seja cumprida, diante das limitações impostas pela crise fiscal e pelo modelo econômico atual. "Os mecanismos necessários para que isso aconteça não estão colocados", diz Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies). "É um clichê que não me convence."
Haddad promete revogar a Emenda Constitucional 95, que impõe um teto fixo para os gastos públicos por 20 anos.
"Temos de construir um governo de unidade nacional, que crie condições para que a economia volte a crescer, gerar empregos e formas de ampliar a arrecadação do Estado. Com isso será possível retomar os investimentos em ciência, tecnologia e inovação", disse a assessoria de campanha do candidato.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.