Energia elétrica: Com a entrada em vigor da bandeira vermelha, o grupo Habitação, sozinho, adicionou ao IPCA 0,19 p.p., em agosto (Brasil2/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2019 às 09h29.
Última atualização em 6 de setembro de 2019 às 10h45.
São Paulo — A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou agosto com alta de 0,11%, ante um avanço de 0,19% em julho, informou nesta sexta-feira, (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de agosto é a mais alta para o mês desde 2017 (+0,19%). Em agosto de 2018, o IPCA havia mostrado deflação de 0,09%.
No acumulado de 12 meses, o IPCA teve alta de 3,43%, contra 3,22% até julho e ligeiramente abaixo da taxa de 3,44% apurada em pesquisa Reuters. A taxa de 12 meses até agosto é a mais alta desde maio (4,66%).
No acumulado de 2019, o índice sobe 2,54%.
Apesar da alta no mês passado, a inflação em 12 meses segue abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central para este ano (4,25%).
"Em 12 meses (o IPCA) subiu um pouco agora por conta de uma troca de taxa: saiu uma taxa de -0,09% em agosto de 2018 e incluiu uma taxa positiva de 0,11%", disse Pedro da Costa, gerente do IPCA.
Entre julho e agosto, houve deflação em três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, com Alimentação e bebidas (-0,35%) e Transportes (-0,39%) retirando, juntos, 0,16 ponto percentual do índice cheio.
Entre as altas, destaque para o grupo Habitação (+1,19%), que, sozinho, adicionou ao IPCA 0,19 ponto percentual, na maior influência de alta para o índice.
O principal impacto positivo no índice foi levado pelo aumento de 3,85% na energia elétrica, ressalta o IBGE. Em agosto, entrou em vigor a bandeira vermelha nas contas de luz, que acrescenta cobrança de R$ 4,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, destaca o instituto.
Analistas preveem que o patamar da inflação permanecerá abaixo desse alvo ao fim do ano, o que abriria espaço para mais cortes de juros pelo Banco Central.
Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação está "sob controle" e "bem ancorada no curto, médio e longo prazos".
Apesar da alta do dólar , mesmo as inflações implícitas em títulos públicos e derivativos de mercado têm se mantido abaixo da meta.
Grupo | Variação (%) | |
---|---|---|
Julho | Agosto | |
Alimentação e Bebidas | 0,01 | -0,35 |
Habitação | 1,2 | 1,19 |
Artigos de Residência | 0,29 | 0,56 |
Vestuário | -0,52 | 0,23 |
Transportes | -0,17 | -0,39 |
Saúde e Cuidados Pessoais | -0,2 | -0,03 |
Despesas Pessoais | 0,44 | 0,31 |
Educação | 0,04 | 0,16 |
Comunicação | 0,57 | 0,09 |
Grupo | Impacto (p.p.) | |
---|---|---|
Julho | Agosto | |
Alimentação e Bebidas | 0 | -0,09 |
Habitação | 0,19 | 0,19 |
Artigos de Residência | 0,01 | 0,02 |
Vestuário | -0,03 | 0,01 |
Transportes | -0,03 | -0,07 |
Saúde e Cuidados Pessoais | -0,02 | 0 |
Despesas Pessoais | 0,05 | 0,04 |
Educação | 0 | 0,01 |
Comunicação | 0,02 | 0 |