Economia

Gustavo Franco: Desafio é fazer ajuste fiscal pelo lado de gastos públicos

Economista que participa da formulação do programa do pré-candidato João Amoêdo disse que austeridade fiscal não tem resultados recessivos

Gustavo Franco: "Nosso desafio é de quebrar paradigmas. Até agora, sempre se resolveu problemas fiscais onerando o contribuinte" (Daniela Toviansky/Exame)

Gustavo Franco: "Nosso desafio é de quebrar paradigmas. Até agora, sempre se resolveu problemas fiscais onerando o contribuinte" (Daniela Toviansky/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de junho de 2018 às 18h36.

São Paulo - Num debate com coordenadores de campanhas de presidenciáveis, o economista Gustavo Franco sustentou nesta terça-feira, 12, que austeridade fiscal não tem resultados recessivos e assinalou que o País, que tem historicamente tentado resolver crises fiscais onerando o contribuinte, precisa enfrentar o ajuste das contas públicas pelo lado das despesas.

"Nosso desafio é de quebrar paradigmas. Até agora, sempre se resolveu problemas fiscais onerando o contribuinte. O desafio é produzir o ajuste pelo lado da despesa", disse o ex-presidente do Banco Central (BC), que participa da formulação do programa do pré-candidato à sucessão presidencial João Amoêdo (Novo).

Ao participar de debate promovido pela Fenaprevi com os colegas Mauro Benevides Filho e Marcio Pochmann - coordenadores dos programas do PDT, de Ciro Gomes, e do PT -, Franco declarou que a proposta de seu partido é construir um ajuste fiscal com redução de despesas.

"Tivemos superávit primário de 3,5% por um longo período. O nome disso é austeridade e foi um período bom da economia. Ter contas fiscais equilibradas não é recessivo", disse o economista, que é sócio da Rio Bravo.

Gustavo Franco, ao citar durante o evento um estudo do Banco Mundial que apontou a necessidade de cortes de despesas da ordem de 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB), considerou que o órgão foi "gentil" ao propor que essa economia fosse alcançada em até dez anos. "De gradualismo, nós já estamos por aqui. De gradualismo em gradualismo, a gente não faz nada. Por que ter essa postura gradual e quase amedrontada perante as corporações?", questionou.

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