Recursos virão de leilão de áreas excedentes do pré-sal (Petrobrás/Divulgação)
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2019 às 17h35.
Brasília — O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o governo estuda antecipar R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões a Estados e municípios, tendo em conta recursos que entrarão no caixa da União após leilão do excedente do pré-sal, após acordo fechado com a Petrobras sobre os termos da cessão onerosa.
O acordo entre a União e a petroleira prevê o pagamento de R$ 9 bilhões à empresa.
Falando a jornalistas após reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e um grupo de senadores, ele ressaltou, contudo, que uma eventual ação nessa frente dependerá do avanço das reformas econômicas.
"Desde o ano passado que eu falo que eu gostaria de compartilhar esses recursos com Estados e municípios. Só posso fazer esse movimento se eu tiver a garantia de que as reformas serão aprovadas. É essa a engenharia política que está em andamento", afirmou.
"Nós estamos estimando já um mínimo de 4 bilhões (de reais), podendo chegar a 6 (bilhões), de uma possível antecipação. Nós estamos estudando", completou o ministro.
Guedes pontuou que a iniciativa difere daquela concebida para o plano de equilíbrio financeiro (PEF) de Estados. Em elaboração, o PEF irá prever a concessão de garantias da União aos entes regionais para empréstimos feitos junto a bancos e organismos internacionais em troca da implementação de medidas de ajuste fiscal.
Após o adiamento da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o ministro avaliou que houve "pequeno resvalo" na condução dos trabalhos, mas indicou que o governo está confiante na aprovação da matéria na próxima terça-feira.
"O ministro (da Casa Civil) Onyx esteve conosco aqui um pouco antes e ele disse que a coisa estava quase toda acertada e aí tem esses pequenos ajustes que vêm até de uma relativa inexperiência. Tem um grupo chegando e um grupo que já estava estabelecido, conhece mais as práticas regimentais", disse.
"A coisa do ponto de vista político já estava equacionada, houve um pequeno resvalo na condução dos trabalhos lá e a coisa foi para terça, mas com a expectativa política de que a coisa será aprovada", acrescentou.
Guedes alertou que o país não pode ficar esperando a reforma da Previdência para o governo tocar sua agenda, estimando que a apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda as regras da aposentadoria ainda levará "2, 3, 4 meses".
Nesse sentido, o ministro voltou a dar ênfase à ideia de uma proposta de Pacto Federativo ser tocada pelo Senado.
Após defender a reforma da Previdência como "a mãe das reformas", Alcolumbre foi na mesma linha ao destacar que osrecursos públicos devem chegar na ponta e que o Senado irá "pilotar" o protagonismo desse processo, buscando uma repactuação da arrecadação com impostos para Estados e municípios.
De acordo com o presidente do Senado, grupos de trabalho serão criados já na semana que vem para analisar o tema.
Alcolumbre defendeu ainda a continuação de recursos da União para obras do programa habitacional Minha Casa Minha Vida.
Sem detalhar valores, o ministro da Economia afirmou que a Caixa Econômica Federal está liberando recursos para governadores para "botar o Minha Casa Minha Vida andando de novo" e que o governo também antecipou recursos para o Ministério de Desenvolvimento Regional.