Economia

Guedes está abalado com saídas, mas fica no governo, dizem fontes

Após Mattar e Uebel jogarem a toalha, foco do ministro é avançar na reforma tributária e segurar pressões por flexibilizações no teto de gastos

Ministro Paulo Guedes, durante evento no Palácio do Planalto (Adriano Machado/Reuters)

Ministro Paulo Guedes, durante evento no Palácio do Planalto (Adriano Machado/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 12 de agosto de 2020 às 11h42.

Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 12h43.

As baixas mais recentes na equipe econômica abalaram o ministro Paulo Guedes, mas não a ponto de fazer com que ele deixe o governo, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

Ciente do peso da política no comando da agenda, agora o foco de Guedes é avançar na reforma tributária e segurar as pressões por flexibilizações no teto de gastos, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o assunto não é público.

As saídas de Salim Mattar da secretaria especial de Privatizações e de Paulo Uebel da secretaria especial de Desburocratização na noite de terça-feira evidenciaram que a agenda liberal prometida por Guedes será menos ambiciosa do que se esperava.

O ministério da Economia não quis comentar.

O próprio ministro definiu as demissões como uma “debandada” e admitiu que ambos estavam insatisfeitos com o andamento de suas áreas.

O presidente Jair Bolsonaro tem sido pressionado por parlamentares da própria base e por ministros a abrir mão do teto de gastos para ampliar os investimentos públicos.

Guedes tem buscado aliados para barrar esse movimento, sendo o principal deles o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Na terça-feira, depois de ambos se reunirem, Guedes disse que vai brigar com qualquer ministro fura-teto e que quem defende isso quer levar Bolsonaro para o caminho do impeachment.

Na quarta-feira, Bolsonaro disse em postagem no Facebook que “nosso norte continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos”.

O risco fiscal tem pressionado o dólar e os juros futuros, à medida que se aproxima o prazo para envio do orçamento de 2021 ao Congresso no final deste mês, em meio ao aumento dos gastos para combater a pandemia do coronavírus.

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