Guedes espera que queda no PIB seja menor do que prevê mercado
No boletim Focus mais recente, a expectativa para o PIB este ano foi piorada a uma queda de 5,31%, contra recuo de 5,28% estimado uma semana antes
Reuters
Publicado em 9 de setembro de 2020 às 10h26.
Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 11h27.
O ministro da Economia, Paulo Guedes , afirmou nesta quarta-feira que sua perspectiva é que a queda da economia brasileira este ano será ainda menor do que a esperada, após ressaltar que a contração na faixa de 4% a 5%, que está sendo vista pelo mercado, representa metade do tombo que já chegou a ser previsto por alguns agentes.
Em evento virtual do Credit Suisse, o ministro disse que os dados mais recentes mostram a retomada da atividade, e esse movimento está vindo mais rápido até do que ele antecipava.
Oficialmente, a projeção do Ministério da Economia é de uma retração do PIB de 4,7% em 2020, mas o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, apontou na semana passada que será revisada em setembro após "todos os dados" indicarem que "o pior já passou".
Nesta quarta-feira, Guedes também defendeu o pacto federativo como uma reformatação do setor público, com a existência de gatilhos para o controle dos gastos públicos.
O ministro reiterou ainda que o governo vai desalavancar os bancos públicos e privatizar empresas.
Reforma administrativa
O ministro também estimou nesta quarta-feira que a economia para os cofres públicos será de 300 bilhões de reais em 10 anos com a reforma administrativa, e avaliou que a proposta terá um "curso relativamente suave" no Congresso, com aprovação ainda neste ano.
"É um número importante", acrescentando que o cálculo foi feito de forma "muito moderada".
A equipe econômica ainda não havia feito estimativas nesse sentindo, alegando que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada ao Congresso representava, na realidade, um primeiro passo de um projeto mais amplo, que envolve outras duas fases de mudanças, ainda sem data definida para serem encaminhadas ao Congresso.
Por conta disso, o governo reconheceu que não havia, de pronto, impacto fiscal com a proposta, indicando que a economia para os cofres públicos viria nas fases subsequentes.