Ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, em seu escritório na praça Syntagma, em Atenas, durante entrevista (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 08h46.
Atenas - A Grécia precisa resistir às pressões políticas internas que cobram a desaceleração das reformas econômicas em um ano que vai ditar se o país decreta ou não a moratória da dívida soberana, afirmou à Reuters o ministro das Finanças, Yannis Stournaras.
Com os parceiros europeus da Grécia começando a elogiar os esforços do país para sair da crise e indicadores mostrando sinais incipientes de recuperação, cresceram as exigências sobre o governo para deixar de lado a autoridade fiscal e as reformas.
"O que me assusta é a grande pressão vinda da sociedade, da mídia e de deputados de todos os partidos do Parlamento pedindo para afrouxarmos o programa. Precisamos resistir... é muito cedo para declarar vitória", disse ele na entrevista.
Stournaras disse haver sinais de que a Grécia começa a sair da crise de dívida que já dura 3 anos. Dinheiro está retornando aos bancos gregos, os preços dos títulos estão subindo e o orçamento primário de 2013 dará resultados melhores do que o previsto pela troika de credores unternacionais para o ano, registrando superávit de 0,4 por cento, apesar da recessão, segundo ele.
"Seremos analisados sobre o déficit primário. A troika espera que seja zero, mas acredito que seremos levemente melhores", afirmou. "Isso significa que há boa chance de nossos parceiros reduzirem ainda mais a nossa dívida." O Fundo Monetário Internacional concordou na quarta-feira em liberar uma nova parcela de ajuda dentro do programa total de 240 bilhões de euros e elogiou os esforços do governo. Mas a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, cobrou do país mais açÕes para elevar a produtividade e reduzir os preços.
Stournaras descartou outra recompra de dívida e afirmou que não há discussão sobre uma redução da dívida para seus parceiros da zona do euro.
Ele reconheceu que o desemprego, que atingiu 26,8 por cento em outubro, vai demorar mais para recuar, e ocorrerá somente quando a economia voltar a crescer, o que deve ocorrer no fim deste ano.
"Desemprego é o nosso maior espinho", ele disse.