Grécia pagará suas dívidas e não dará calote, diz premiê
Premiê grego quer medidas para frear as especulações que encareceram o crédito para o país
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2010 às 15h05.
Atenas - A Grécia tem dado os passos necessários para resolver sua crise fiscal e não dará calote de suas obrigações, disse neste sábado o primeiro-ministro do país, George Papandreou, em discurso ao conselho nacional do partido socialista.
A Grécia está pressionando por um pacote de ajuda concreto de seus parceiros da União Europeia (UE) que fique em "standby", com o objetivo de ajudar a diminuir os custos de captação de empréstimos. Atualmente o país, que está altamente endividado, paga quase duas vezes mais que a Alemanha para refinanciar sua dívida.
Os líderes da UE devem discutir um mecanismo de suporte à Grécia quando se reunirem em Bruxelas nos dias 25 e 26 de março. O governo grego tem dito que pode se voltar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) caso uma solução europeia para ajudar a gerenciar seu elevado nível de dívida não seja encontrada.
"Estejam todos certos de que a Grécia não dará calote, não deixaremos haver um calote. A Grécia tem um governo forte e pessoas corajosas. Estamos voltando a um caminho de estabilidade econômica", afirmou Papandreou.
O premiê vem pedindo ações para frear especulações que, segundo ele, tem elevado a máximas recordes a diferença dos juros pagos pelos títulos do governo em relação às taxas europeias de referência, o que se soma a tensões fiscais.
"Estamos construindo alianças dentro e fora da União Europeia. Estamos convencendo nossos parceiros sobre mudanças para definir limites a especuladores. Não estamos pedindo que ninguém pague nossas dívidas. Faremos isso sozinhos", disse.
"Queremos ser capazes de implementar com calma tudo que temos anunciado e aprovado", acrescentou Papandreou.
A Grécia, cuja proporção entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB) chegou neste ano a 120 por cento, enfrentará uma rodada de refinanciamento de dívida em abril e maio, quando vencem cerca de 20 bilhões de euros em emissões e cupons.