Economia

Grécia: o pior desastre econômico da história?

Recessão na Grécia pode estar perto do fim - mas seu balanço já é mais dramático do que a Grande Depressão americana

Manequins atrás do portão de uma loja fechada em Atenas, capital da Grécia (Angelos Tzortzinis/Bloomberg)

Manequins atrás do portão de uma loja fechada em Atenas, capital da Grécia (Angelos Tzortzinis/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de agosto de 2014 às 13h00.

São Paulo - Até que ponto uma economia pode afundar?

O PIB da Grécia encolheu mais 0,2% no segundo trimestre de 2014, segundo os números divulgados hoje pela Eurostat.

Isso significa que o país pode estar finalmente próximo de sair da recessão. Foi a queda mais baixa desde 2008 e apenas levemente pior que o balanço da zona do euro, praticamente estagnada

Com um pequeno detalhe: ao contrário dos seus vizinhos, a Grécia já completa nada menos do que 6 anos de contração econômica ininterrupta.

O desemprego flutua em torno de 27%. Entre os jovens, é de 56%, mas a situação não é confortável para nenhum grupo.

Há alguns dias, o Wall Street Journal deu um diagnóstico sombrio: "os homens mais velhos da Grécia podem nunca mais trabalhar novamente".

Perda total

Desde seu pico em meados de 2008, a economia grega já perdeu mais de 30% do seu valor. Nenhum outro país europeu passou, nem de perto, por uma situação tão dramática.

A título de comparação, a Grande Depressão americana, considerada o maior desastre econômico da história moderna (pelo menos até agora), causou uma queda de 27% no PIB dos Estados Unidos entre 1929 e 1933 e um pico de desemprego em 25%.

O colapso financeiro de 2008 também levou a uma recessão severa, mas a reação rápida fez com que o PIB dos EUA recuperasse seu nível pré-crise já em meados de 2011. O mesmo aconteceu em junho deste ano com os empregos perdidos; o desemprego só passou brevemente acima de dois dígitos.

A falta de dados confiáveis faz com que seja impossível concluir qual foi a pior depressão da história. Também estão na disputa os Estados Unidos depois da guerra civil no século XIX, a Libéria nos anos 80 e 90 e o Tajiquistão e outros países ex-soviéticos na transição para a economia de mercado.

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