Economia

Grécia é "13% Brasil, 28% Austrália e 49% Japão", diz estudo

Trio de economistas cria modelos de "países sintéticos" para medir quem se saiu melhor com adesão à União Europeia - e até o Brasil entrou no meio


	Bandeiras da União Europeia e Grécia: país foi o único que não se beneficiou com adesão ao bloco
 (Oli Scarff/Getty Images)

Bandeiras da União Europeia e Grécia: país foi o único que não se beneficiou com adesão ao bloco (Oli Scarff/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 17 de abril de 2014 às 13h24.

São Paulo - Qual país foi mais beneficiado por se juntar à União Europeia?

Para responder a esta questão, um trio de pesquisadores pegou critérios de produtividade e renda per capita para criar versões "alternativas" dos países que passaram pelo processo. 

Desta forma, puderam comparar a performance econômica dos países reais pós-UE com a dos seus pares artificiais, que simulam o que teria acontecido sem a adesão ao bloco.

O simulacro da Grécia, por exemplo, é 49% Japão, 28% Austrália, 13% Brasil e 9% Tunísia.

Já a Espanha é 52% Austrália, 20% Argentina, 19% Brasil, 4% México, 2% Coreia do Sul, 1% Japão, 1% Suíça e 0,1% Marrocos.

A Finlândia é uma mistura de 41% Islândia, 31% Canada, 12% Brasil, 11% Tunísia, 4% Suíça, 1% Nova Zelândia, 0.2% Austrália e 0.1% Uruguai.

Resultados

A conclusão do estudo é que, em média, um país da UE tem hoje uma renda per capita 12% maior do que se não estivesse no bloco.

Dinamarca, Irlanda, Reino Unido, Portugal, Polônia, Hungria, Estônia e Latvia foram os mais beneficiados pela adesão. A Grécia é o único país que tem hoje nível de renda menor do que se não tivesse aderido.

A pesquisa foi realizada por Nauro Campos, da Brunel University, Fabrizio Coricelli, da Paris School of Economics, e Luigi Moretti, da Universidade de Padova.

Quantificar os benefícios econômicos da União Europeia é especialmente relevante no momento atual. A ameaça de colapso do bloco parece afastada, pelo menos por enquanto, mas grupos políticos continuam a usar a UE como bode expiatório de questões internas.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaGréciaPiigsUnião EuropeiaZona do Euro

Mais de Economia

Pix não será taxado em 2025: entenda as novas regras de monitoramento da Receita Federal

Rui Costa diz que eventos climáticos levaram inflação de 2024 para fora do teto

Em 26 anos do regime de inflação, BC descumpriu a meta em 8; carne, café e gasolina pesaram em 2024

Gasolina, café, abacate e passagens áreas: quais produtos ficaram mais caros e mais baratos em 2024