Economia

Grécia adia resposta a UE apesar das ameaças europeias

Apesar da pressão dos credores por novos cortes, primeiro-ministro não consegue apoio no Parlamento para aprovar as novas medidas exigidas

A Grécia adiou para terça-feira sua reunião com a UE (Louisa Gouliamaki/AFP)

A Grécia adiou para terça-feira sua reunião com a UE (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 15h23.

Atenas - A Grécia manteve o suspense e o governo de Lucas Papademos adiou por um dia a reunião com a União Europeia (UE) para discutir novas medidas de ajuste econômico em troca de mais um empréstimo internacional para evitar a quebra do país.

Enquanto isso, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que estão reunidos em Paris, disseram nesta segunda-feira que o 'tempo está acabando' para Atenas. 'A situação da Grécia tem que se resolver de uma vez por todas', afirmou o líder francês.

Panos Beglitis, porta-voz do socialista Pasok, um dos três partidos que compõem o governo de coalizão do país, reconheceu que a troika tinha dado um prazo até meio-dia para obter uma resposta.

No entanto, o Executivo grego decidiu adiar por um dia sua decisão, devido às diferenças existentes em relação às exigências europeias na coalizão.

A troika, formada pela Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), exige da Grécia um forte redução dos salários, a eliminação dos pagamentos extras, o rebaixamento do salário mínimo e cortes nas pensões e nos gastos públicos.

Os partidos do governo, no entanto, resistem a assinar o acordo pois temem que as medidas de austeridade afundem o país ainda mais na recessão que há três anos atinge a Grécia.

'Estão nos pedindo algo que provocará mais recessão. Eu luto contra isso', criticou neste domingo o líder da Nova Democracia (ND), Antonis Samarás, na saída de uma reunião de cinco horas com Papademos e os outros dois líderes das formações que formam o Executivo e que terminou mais uma vez sem acordo.

Se as medidas não forem aprovadas, a UE e o FMI se negam a conceder um novo empréstimo de pelo menos 130 bilhões de euros e bloquearão o perdão de parte da dívida de 360 bilhões de euros do país (cerca de 160% do PIB). 

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