Economia

Governo vai contingenciar até R$35 bi do Orçamento, diz Jucá

O déficit primário previsto para este ano é de R$ 139 bi, mas a queda da receita levou o governo a rever os valores para não ultrapassar o orçamento

Romero Jucá: "Trinta a 35 bilhões de reais é o máximo que se pode chegar (de contingenciamento). Além disso já é amputação", disse Jucá (Adriano Machado/Reuters)

Romero Jucá: "Trinta a 35 bilhões de reais é o máximo que se pode chegar (de contingenciamento). Além disso já é amputação", disse Jucá (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 21 de março de 2017 às 18h01.

Última atualização em 21 de março de 2017 às 18h03.

Brasília - O governo vai contingenciar entre 30 e 35 bilhões de reais do Orçamento da União de 2017 para tentar evitar o estouro da meta deste ano, um déficit primário de 139 bilhões de reais, disse à Reuters nesta terça-feira o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

O valor, que deve ser anunciado na quarta-feira, último dia para publicação do relatório bimestral de receitas e despesas da União, não cobre o total que o governo calcula para o estouro da meta --65 bilhões de reais-- mas a avaliação é que o congelamento de recursos do Orçamento tem um limite.

"Trinta a 35 bilhões de reais é o máximo que se pode chegar (de contingenciamento). Além disso já é amputação", disse Jucá.

Para compensar o restante, o governo conta com a entrada de recursos vindos do programa de concessões --na semana passada, ocorreram os primeiros leilões deste ano, dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza--, mas também terá que reajustar tributos, admitiu o senador.

"Só pode aumentar contribuições que não precisam passar por projeto de lei. Ainda assim, são 90 dias para entrar em vigor", lembrou Jucá.

Ele mencionou contribuições como o PIS/COFINS, que incide sobre o faturamento bruto das empresas, e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), sobre combustíveis, e citou também o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sobre compra de moeda estrangeira e compras no exterior com cartão de crédito.

Ainda não estão definidos os valores dos reajustes e nem se ocorrerão em todas esses tributos. O anúncio deve ser feito na quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O Orçamento da União deste ano já prevê um déficit alto, apesar de menor do que o de 2016. O governo não pretende revisar o número, mas a queda nas receitas, pior do que o inicialmente previsto, levou à necessidade de contingenciamento.

Os recursos podem ser liberados até o final deste ano se a economia reagir e as receitas superarem a previsão atual.

Acompanhe tudo sobre:Orçamento federalRomero Jucá

Mais de Economia

Olimpíada de 2024 pode movimentar até 11 bilhões de euros, diz estudo

Aneel aciona bandeira verde e conta de luz deixará de ter cobrança extra em agosto

Governo prevê espaço extra de R$ 54,9 bi para gastos em 2025

BID faz acordo com Coreia do Sul e vai destinar US$ 300 milhões em financiamento para América Latina

Mais na Exame