Economia

Governo quer aprovar medidas como sinal ao mercado

PEC do Teto e reforma da Previdência aparecem como prioridade para o governo

Congresso: a indicação de que o governo Temer vai fazer o "necessário" na área econômica é vista como essencial (Monique Renne/Site Exame)

Congresso: a indicação de que o governo Temer vai fazer o "necessário" na área econômica é vista como essencial (Monique Renne/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 20h55.

Brasília - As perspectivas ruins para a economia brasileira, que indicam uma manutenção da recessão por mais tempo do que esperava a equipe econômica, preocupam o Palácio do Planalto, que espera usar a aprovação de medidas no Congresso como um sinal positivo para o mercado, disse à Reuters uma fonte palaciana.

"Havia uma expectativa da própria equipe econômica de que a economia ia se recuperar mais rápido. Como não aconteceu, é essencial que o governo faça movimentos que reflitam no Congresso e passem a mensagem correta para o mercado", disse a fonte.

Um dos sinais é a aprovação rápida e por uma boa margem no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para as despesas da União. A outra, o envio ao Legislativo ainda este ano da proposta de reforma da Previdência.

O próprio presidente Michel Temer tem garantido que vai enviar o texto até o início de dezembro. Mas, segundo a fonte, isso não vai acontecer antes da aprovação da PEC em primeiro turno no plenário do Senado, o que deve acontecer em 29 de novembro.

"São necessários 54 votos. Se o governo conseguir 57, 58, é uma margem pequena, não dá tanta segurança. Se conseguir 65, 67, aí já mostra mais facilidade", disse a fonte.

Com uma margem maior, o governo teria segurança de iniciar uma outra discussão complexa, dessa vez na Câmara dos Deputados, como a reforma da Previdência, sem a necessidade de envolver todos os seus esforços para aprovar a PEC em segundo turno no Senado.

A indicação de que o governo Temer vai fazer o "necessário" na área econômica, no entanto, é vista como essencial, já que os sinais que vêm da economia real devem ser piores que o esperado.

A dificuldade de reação da economia seguia evidente no terceiro trimestre, com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), um sinalizador do Produto Interno Bruto, recuando 0,91 por cento em agosto ante julho. A retração foi mais acentuada que a esperada segundo pesquisa Reuters, de 0,69 por cento.

O relatório Focus do Banco Central, que indica as expectativas do mercado financeiro e foi divulgado nesta segunda-feira, apontou mais uma vez aumento na previsão de queda do PIB para este ano, de 3,31 por cento na semana passada, para 3,37 por cento. Para 2017, houve uma redução na expectativa de crescimento, de 1,20 por cento para 1,13 por cento.

A recente volatilidade nos mercados financeiros também foi fomentada por incertezas geradas com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos e deve permanecer no radar até que se tenha mais definição do rumo a ser tomado por Trump e dos impactos de suas decisões no Brasil e em demais países.

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