Energia: país já conta com uma capacidade instalada de 13,4 gigawatts em usinas eólicas, com 534 parques geradores (NanoStockk/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 16h28.
Rio de Janeiro - O próximo leilão de energia A-6, agendado para 31 de agosto, deve viabilizar a contratação de cerca de 1 gigawatt em capacidade de novas usinas eólicas, projetou nesta quarta-feira o secretário de Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo.
O certame visa atender à demanda das distribuidoras de eletricidade a partir de 2024, quando terão início os contratos de fornecimento fechados na licitação.
Azevedo divulgou a previsão durante o Brazil Wind Power, congresso sobre o setor eólico no Rio de Janeiro, em uma revelação pouco usual-- o governo não costuma antecipar o volume das contratações antes dos leilões para não prejudicar a concorrência.
O secretário, no entanto, não quis comentar sobre o nível de contratação esperado para as demais fontes.
Um leilão A-4 realizado em abril contratou apenas cerca de 100 megawatts em empreendimentos eólicos.
"Considerando o atual contexto, podemos dizer que 1 gigawatt está adequado e é o que podemos conseguir", disse Azevedo.
O secretário acrescentou que o planejamento do setor apontava para uma contratação de 1,5 gigawatt em eólicas, mas "infelizmente isso não foi possível", em meio à queda na demanda por energia com a crise econômica.
O país já conta com uma capacidade instalada de 13,4 gigawatts em usinas eólicas, com 534 parques geradores. A previsão do setor é que até 2022 essa capacidade suba para 17,6 gigawatts.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoun, admitiu que o setor esperava que mais usinas pudessem ser viabilizadas, mas ainda viu com otimismo a estimativa apresentada pelo ministério para o leilão.
"Seria ótimo ter 1 gigawatt com essa crise no país e sem demanda...Eles (investidores do setor) queriam 1,2 GW, até 1,5 GW, mas não tem demanda", admitiu.
Ela afirmou, no entanto, esperar que o país possa acelerar o ritmo de expansão da energia eólica em licitações futuras, que devem acontecer já em um novo governo, devido às eleições presidenciais em outubro.