Economia

Governo paga 72,4 bilhões de reais por pedaladas fiscais

Manobra foi um dos motivos para a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff


	Dilma Rousseff: as chamadas"pedaladas fiscais" foram usadas como motivo para abertura do processo de impeachment da presidente
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Dilma Rousseff: as chamadas"pedaladas fiscais" foram usadas como motivo para abertura do processo de impeachment da presidente (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 14h49.

São Paulo - O Ministério da Fazenda informou nesta quarta-feira que 72,4 bilhões de reais foram pagos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).

O valor corresponde ao pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" — o atraso de repasses aos bancos públicos para a cobertura de benefícios sociais, como o Bolsa Família.

De acordo com a Fazenda, cerca de 56 bilhões de reais estão sendo quitados nesta última semana do ano. O restante já foi pago de janeiro a novembro. Todos os recursos têm como origem a conta única do Tesouro Nacional.

Desde o início da semana, o governo dava sinais de que não fecharia o ano sem o pagamento das "obrigações" com os bancos públicos. Com esse ato, a expectativa do Planalto é que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff seja esvaziado, uma vez que as "pedaladas" são um dos principais argumentos do pedido de afastamento da presidente.

O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse, ontem, que os pagamentos não interferem no processo, que voltará a ser discutido em fevereiro de 2016, logo após o fim do recesso parlamentar. 

Pedaladas 2014

Em outubro deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, por unanimidade, as contas do primeiro mandato de Dilma Rousseff por conta das "pedaladas" feitas até 2014. Na ocasião, o relator do processo, Augusto Nardes, disse que "a falta de contigenciamento adequado afetou não só o fim do ano de 2014 como todo o ano de 2015". O parecer deve ser votado no próximo ano no Congresso. 

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