Donald Trump; Jair Bolsonaro (Al Drago/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 07h06.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2020 às 07h07.
São Paulo — Apesar de possíveis efeitos negativos na economia, o governo Jair Bolsonaro tenta minimizar a decisão dos Estados Unidos de retirar o Brasil de sua lista de países em desenvolvimento. A decisão abre margem para a imposição de barreiras comerciais.
Ao Broadcast Político, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que a medida não surpreendeu o governo brasileiro e que, na prática, não possui impacto no país. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro abandonou conversa com jornalistas ao ser indagado sobre o assunto.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também evitou comentar a decisão dos Estados Unidos. "Acho que a gente tem de entender por que foi feito isso, dentro de um contexto. Eu ainda não sentei com a equipe para avaliar a medida", reagiu.
Questionada se a decisão poderia prejudicar a retirada do embargo norte-americano à exportação de carne in natura brasileira, a ministra rebateu. "Por que atrapalharia? Você tem que ter estratégias e o mercado é um só. Onde tira alguma coisa, você tem outros lugares. É tudo muito dinâmico na área de comércio."
O anúncio feito pelo governo americano na segunda-feira, 10, envolve outros cerca de 20 países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, Índia e África do Sul. A medida visa proteger, principalmente, a indústria do país contra ameaças comerciais da China - que também perdeu status de país em desenvolvimento e, por isso, recebia certos privilégios comerciais.
O Brasil já havia concordado em renunciar aos privilégios comerciais na OMC enquanto país em desenvolvimento em troca de apoio dos EUA para seu ingresso na OCDE. A mudança de status anunciada pela Casa Branca esta semana, entretanto, não fez parte do acordo.