Economia

Governo Lula ganha atenção exclusiva no mercado

São Paulo, 31 de outubro (Portal EXAME) O Banco Central conseguiu rolar a dívida que vencia amanhã, o dólar fechou em baixa e o mercado parece otimista. Sem a pressão dos credores do governo, o governo Lula ganha atenção exclusiva. Alguns analistas acreditam que o otimismo contagiou as expectativas em relação ao anúncio da equipe […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h50.

São Paulo, 31 de outubro (Portal EXAME) O Banco Central conseguiu rolar a dívida que vencia amanhã, o dólar fechou em baixa e o mercado parece otimista. Sem a pressão dos credores do governo, o governo Lula ganha atenção exclusiva. Alguns analistas acreditam que o otimismo contagiou as expectativas em relação ao anúncio da equipe de transição. Outros, entretanto, acham perigoso tanta expectativa dirigida para um único fato. Se o anúncio não agradar, o tombo será grande e doloroso , afirma um economista de um grande banco estrangeiro com sede em São Paulo.

Os nomes da equipe de transição do Partido dos Trabalhadores (PT) estão sendo esperados pelo mercado desde segunda-feira (28/10). Há dois dias, Lula afirmou que o anúncio seria feito hoje (31/10). Ontem, enquanto o presidente Fernando Henrique Cardoso se reunia com a sua equipe de transição em Brasília, Antonio Palocci, que coordenará a equipe do PT, voltou para Ribeirão Preto (SP), para reassumir a prefeitura da cidade. A Reuters chegou a publicar a notícia, dada por Palocci, de que a equipe seria divulgada apenas na sexta-feira (01/11).

Boa parte do mercado, entretanto, considera as últimas declarações de integrantes do partido positivas. Fala-se em manter os compromissos fiscais e externos do país e conter a inflação. Isso tranqüiliza, por hora, o investidor. A declaração do atual presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, que afirmou acreditar que Lula tem capacidade de fazer o país crescer também ajudou. Fora do país as perspectivas para a economia brasileira também melhoraram: o risco Brasil, só ontem, caiu 6%. Os títulos mais negociados da dívida brasileira no exterior, os C-Bond, saltaram 4%.

Ontem, o BC comemorou a rolagem de 100% de uma dívida em swaps cambiais. Foi a primeira vez que isso ocorre desde que a autoridade monetária começou a fazer esse tipo de operação, em março. Até agora, o BC havia conseguido alongar no máximo 90% do vencimento, e mesmo isso não ocorria havia dois meses. O sucesso aconteceu porque o BC conseguiu pagar pouco para que os credores concordassem em trocar seus papéis por outros, com vencimento mais adiante. Sinal que esses credores a grande maioria bancos nacionais e estrangeiros, além de algumas corretoras estão mais confiantes no futuro da economia no curto prazo. O BC ofertou papéis com vencimento em 2 de dezembro.

Indicadores de hoje

O BC divulga os dados de necessidade de financiamento e da dívida líquida do setor público referentes ao mês de setembro. A depreciação cambial do mês elevou as expectativas do mercado, que espera que a dívida do setor público em relação ao PIB chegue a 65%.

O mercado também espera crescimento de 3,5% do PIB do terceiro trimestre dos Estados Unidos, que será divulgado hoje. Nos EUA, também serão conhecidos os números das vendas de imóveis usados de setembro.

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