Economia

Governo estuda modelos para mudar preço spot da energia

A mudança no PLD também influenciaria o ritmo de acionamento de usinas termelétricas e os preços de contratos de energia de longo prazo


	Energia elétrica: o ONS participa das discussões sobre o tema junto com outras instituições do setor e o Ministério de Minas e Energia
 (Arquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Energia elétrica: o ONS participa das discussões sobre o tema junto com outras instituições do setor e o Ministério de Minas e Energia (Arquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 17h32.

Rio de Janeiro - A fórmula de cálculo do preço spot da energia elétrica, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), deverá mudar a partir de janeiro de 2017, disse nesta quarta-feira o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, que adiantou que há duas metodologias em discussão para a revisão.

A mudança no PLD, que é utilizado no mercado de curto prazo de energia, também influenciaria o ritmo de acionamento de usinas termelétricas e os preços de contratos de energia de longo prazo, e a revisão em avaliação faz parte de propostas que vêm sendo listadas pela equipe definida para o setor de energia pelo presidente Michel Temer, que pretende tornar mais realistas os custos da energia e atrair investidores.

De acordo com as regras do setor elétrico, os preços spot são calculados por modelos matemáticos por meio de variáveis como as projeções de chuvas e carga e o cronograma de usinas e linhas previstas para os próximos anos.

Segundo Barata, ainda avalia-se se será feito um aperfeiçoamento na fórmula que dita o nível de risco incorporado pelo sistema na projeção de cenários futuros, a chamada CvAR (Valor Condicionado a um Dado Risco), ou a introdução de uma nova sistemática para esse cálculo, a SAR (Superfície de Aversão ao Risco).

"Pode ser a CVAR ou a própria SAR... a intenção é iniciar já um trabalho de avaliação desses parâmetros... provavelmente em outubro abrir uma discussão com os agentes de mercado, para que eles possam validar, para que então utilizemos (a nova metodologia) em janeiro", disse Barata, durante palestra em evento de energia eólica no Rio de Janeiro.

O ONS participa das discussões sobre o tema junto com outras instituições do setor e o Ministério de Minas e Energia.

Segundo Barata, o tema ainda deverá ser submetido a uma consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), provavelmente em novembro.

As falas do governo sobre uma possível mudança na fórmula do PLD para 2017 têm elevado os preços de contratos de longo prazo de energia nos últimos meses, uma vez que o mercado estima que um eventual aprimoramento pode elevar o preço médio do spot.

Mas para o sócio da comercializadora de energia Ecom, Paulo Toledo, avalia a sinalização do governo como positiva, principalmente quanto ao prazo. "Se é para mudar, é melhor fazer logo, para acabar com a incerteza... a pior coisa para o mercado é a incerteza".

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia elétricaONSPreçosServiços

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor