Exame Logo

Governo dos EUA e oposição endurecem em batalha fiscal

Enquanto o presidente norte-americano exige que republicanos aceitem aumentos de impostos, estes querem definir cortes focados de gastos

Barack Obama, presidente americano, quer que lacunas fiscais aproveitadas pelos mais ricos sejam eliminadas (©afp.com / Win Mcnamee)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 22h46.

Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama , e os líderes parlamentares de oposição endureceram na quarta-feira sua posição na disputa orçamentária, mas marcaram novas negociações para tentar impedir o drástico contingenciamento previsto para entrar em vigor nesta semana.

Parecendo resignadas com o "sequestro" orçamentário que começa na sexta-feira, agências governamentais já passaram a reduzir custos e a avisar aos empregados como os cortes vão se dar.

Só uma medida do Congresso pode impedir a entrada em vigor do sequestro orçamentário, definido em 2011 num acordo que evitou uma crise fiscal anterior. O contingenciamento de verbas desagrada aos dois partidos, mas há poucos sinais de que o Congresso conseguirá chegar a um acordo sobre o que fazer em vez de cortar os gastos públicos de forma generalizada.

Obama manteve sua exigência de que os republicanos aceitem aumentos tributários, por meio da eliminação de lacunas fiscais aproveitadas principalmente por contribuintes mais ricos, como parte de uma abordagem que permitiria cortes de gastos mais moderados.

"Não há na cabeça do presidente alternativa ao equilíbrio", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Mas os republicanos, que em dezembro já aceitaram com relutância elevar as alíquotas do imposto de renda para evitar o chamado "abismo fiscal", não parecem dispostos a aceitar mais tributações, e querem definir cortes de gastos mais focados.

"Uma coisa que os norte-americanos simplesmente não aceitarão é mais um aumento tributário para substituir reduções de gastos com as quais já concordamos", disse o líder republicano no Senado, Mitch McConnell.

Num dos primeiros efeitos concretos dos cortes orçamentários, o governo tomou a excepcional decisão de libertar centenas de imigrantes clandestinos, por causa do custo de mantê-los detidos.


Os republicanos viram nisso uma manobra política para deixar a oposição assustada e pressioná-la a aceitar os termos de Obama para evitar o sequestro orçamentário.

Mar Carney negou que a ordem tenha partido da Casa Branca.

Na sexta-feira, quando o sequestro entra em vigor, haverá uma reunião do presidente com McConnell e com outros líderes parlamentares: o líder democrata no Senado, Harry Reid; a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi; e o presidente da Câmara, o republicano John Boehner.

Um assessor parlamentar republicano criticou a Casa Branca por convocar a reunião para o mesmo dia em que a medida entra em vigor. "Ou alguém precisa comprar um calendário para a Casa Branca, ou essa é uma farsa - atrasada. Eles poderiam pelo menos tentar."

Ao contrário do que ocorreu em outros conflitos fiscais no Congresso, desta vez os mercados estão encarando o impasse com calma. As Bolsas dos EUA subiram, e os principais índices tiveram suas maiores altas desde o começo de janeiro, por causa de dados econômicos positivos e de sinais de que o Fed (Banco Central) manterá suas políticas de estímulo.

Veja também

Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama , e os líderes parlamentares de oposição endureceram na quarta-feira sua posição na disputa orçamentária, mas marcaram novas negociações para tentar impedir o drástico contingenciamento previsto para entrar em vigor nesta semana.

Parecendo resignadas com o "sequestro" orçamentário que começa na sexta-feira, agências governamentais já passaram a reduzir custos e a avisar aos empregados como os cortes vão se dar.

Só uma medida do Congresso pode impedir a entrada em vigor do sequestro orçamentário, definido em 2011 num acordo que evitou uma crise fiscal anterior. O contingenciamento de verbas desagrada aos dois partidos, mas há poucos sinais de que o Congresso conseguirá chegar a um acordo sobre o que fazer em vez de cortar os gastos públicos de forma generalizada.

Obama manteve sua exigência de que os republicanos aceitem aumentos tributários, por meio da eliminação de lacunas fiscais aproveitadas principalmente por contribuintes mais ricos, como parte de uma abordagem que permitiria cortes de gastos mais moderados.

"Não há na cabeça do presidente alternativa ao equilíbrio", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Mas os republicanos, que em dezembro já aceitaram com relutância elevar as alíquotas do imposto de renda para evitar o chamado "abismo fiscal", não parecem dispostos a aceitar mais tributações, e querem definir cortes de gastos mais focados.

"Uma coisa que os norte-americanos simplesmente não aceitarão é mais um aumento tributário para substituir reduções de gastos com as quais já concordamos", disse o líder republicano no Senado, Mitch McConnell.

Num dos primeiros efeitos concretos dos cortes orçamentários, o governo tomou a excepcional decisão de libertar centenas de imigrantes clandestinos, por causa do custo de mantê-los detidos.


Os republicanos viram nisso uma manobra política para deixar a oposição assustada e pressioná-la a aceitar os termos de Obama para evitar o sequestro orçamentário.

Mar Carney negou que a ordem tenha partido da Casa Branca.

Na sexta-feira, quando o sequestro entra em vigor, haverá uma reunião do presidente com McConnell e com outros líderes parlamentares: o líder democrata no Senado, Harry Reid; a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi; e o presidente da Câmara, o republicano John Boehner.

Um assessor parlamentar republicano criticou a Casa Branca por convocar a reunião para o mesmo dia em que a medida entra em vigor. "Ou alguém precisa comprar um calendário para a Casa Branca, ou essa é uma farsa - atrasada. Eles poderiam pelo menos tentar."

Ao contrário do que ocorreu em outros conflitos fiscais no Congresso, desta vez os mercados estão encarando o impasse com calma. As Bolsas dos EUA subiram, e os principais índices tiveram suas maiores altas desde o começo de janeiro, por causa de dados econômicos positivos e de sinais de que o Fed (Banco Central) manterá suas políticas de estímulo.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Orçamento federalPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame