Economia

Governo detalha ‘pente-fino’ de R$ 25,9 bilhões no orçamento de 2025

Análise das contas é uma tentativa de cortar gastos e manter teto fiscal do próximo ano

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 11h54.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 12h21.

Tudo sobreOrçamento federal
Saiba mais

O governo federal detalha nesta quarta-feira o programa de revisão de gastos públicos. O plano é parte da solução encontrada para fechar as contas e manter de pé o arcabouço fiscal nos próximos anos. A meta fiscal para 2024 e 2025 é zero, com intervalo de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

A medida foi necessária diante do aumento ininterrupto de despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários e assistenciais, e da resistência da ala política do governo em fazer mudanças mais estruturais nos gastos, como nas regras dos mínimos constitucionais de saúde e de educação.

No último relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, em julho, o secretário de Orçamento substituto, Clayton Montes, afirmou que o governo já conta com uma economia de R$ 9 bilhões em benefícios previdenciários para alcançar a meta deste ano. Atualmente, a projeção é de déficit primário de R$ 28,8 bilhões, no limite da margem de tolerância. Além disso, R$ 15 bilhões em despesas foram congeladas.

Para o orçamento do ano que vem, que será enviado ao Congresso nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adiantou que está previsto um corte de R$ 25,9 bilhões com o pente-fino. Os principais alvos são as despesas que vêm crescendo continuamente, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Proagro, espécie de seguro rural subsidiado pelo governo, além dos benefícios previdenciários.

Além do corte de gastos, a equipe econômica vai enviar junto com o orçamento projetos de lei para aumentar a arrecadação no ano que vem com a tributação de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) e a CSLL. Essas medidas, porém, podem ser retiradas até o fim do ano, caso o governo verifique que as medidas apresentadas pelo Senado para compensar a desoneração da folha serão suficientes para compensar a perda de receitas.

Para este ano, a Receita Federal estima que a compensação seja de cerca de R$ 26 bilhões. Conforme o projeto de lei, que agora está na Câmara, em 2025 começará uma reoneração gradual.

Acompanhe tudo sobre:Orçamento federal

Mais de Economia

Banco Central fará o que for preciso para atingir a meta de inflação, afirma Campos Neto

Economia com "pente-fino" no BPC ainda é incerta, diz ministro Wellington Dias

Haddad diz que Lula deve indicar novo presidente do BC até início de setembro

IPCA-15 de agosto fica em 0,19%; inflação acumulada de 12 meses cai para 4,35%

Mais na Exame