Economia

Governo conclui modelo para a concessão de ferrovias

Segundo Mantega, governo definiu os parâmetros dos financiamentos oficiais a serem concedidos aos leilões das linhas férreas, que ocorrerão no próximo ano


	Guido Mantega: para o ministro, os leilões das ferrovias e de portos impulsionarão o programa de concessões em 2014
 (Agência Brasil)

Guido Mantega: para o ministro, os leilões das ferrovias e de portos impulsionarão o programa de concessões em 2014 (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 15h39.

Brasília – Depois de meses de discussão, o governo fechou o modelo econômico para os leilões de concessão de ferrovias, informou hoje (18) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo ele, o governo definiu os parâmetros dos financiamentos oficiais a serem concedidos aos leilões das linhas férreas, que ocorrerão no próximo ano.

De acordo com o ministro, os vencedores dos leilões poderão pegar financiamentos oficiais com prazo de 30 anos, cinco anos a mais que os empréstimos concedidos nos leilões das rodovias, com cinco anos de carência e juros equivalentes à taxa de juros de longo prazo (TJLP) mais 2% ao ano.

Os financiamentos estão limitados a 70% do valor do empreendimento, e a Valec (estatal criada para administrar a concessão de ferrovias) poderá comprar até 100% da carga.

Para Mantega, essas condições, principalmente a participação da Valec, atrairão o interesse dos investidores. “É uma atividade segura para o investidor.

É claro que uma ferrovia implica investimentos maiores e tem mais risco que rodovia. Então, é necessário que a Valec compre a carga”, disse ele, em encontro de fim de ano com jornalistas.

Segundo o ministro, existe concordância do setor privado em relação aos financiamentos oficiais. “Já capitalizamos a Valec e definimos mecanismos que dão segurança esses recursos sejam recebidos. Os concessionários e os bancos já concordaram. O modelo está fechado”, acrescentou Mantega.


Os financiamentos, explicou o ministro, são necessários para dar segurança aos investidores porque as ferrovias envolvem investimentos de grande porte e de longo prazo. “Do ponto de vista do financiamento, as ferrovias estão viabilizadas porque, sem financiamento, não se viabilizam.”

Para o ministro, os leilões das ferrovias e de portos impulsionarão o programa de concessões em 2014 e ajudarão a elevar os investimentos nos próximos anos. “Além de ferrovias e portos, continuaremos com as concessões de rodovias e do setor elétrico”, ressaltou.

Mantega destacou que o aumento dos investimentos é essencial para elevar o crescimento do país nos próximos anos.

Ele repetiu as previsões oficiais do Ministério da Fazenda de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 2,5% este ano.

Embora o Orçamento Geral da União, aprovado hoje (18) de madrugada pelo Congresso, projete expansão de 3,8% em 2014, o ministro evitou divulgar uma estimativa para o próximo ano.

Segundo ele, é necessário esperar a evolução da economia internacional, que responde por cerca de 30% do PIB brasileiro.

O ministro destacou que as taxas de retorno dos projetos estão elevadas e atraentes para os investidores.

No caso das ferrovias, a taxa bruta de retorno equivale a 8,5% reais (acima da inflação) ao ano.

Com os financiamentos oficiais, a taxa sobe para 15% a 16% reais ao ano. “Há poucos projetos no mundo com essa rentabilidade.

Em 2013, conseguimos destravar as concessões e enveredamos em um caminho para elevar o investimento nos próximos anos”, disse Mantega.

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