Economia

Geração de emprego formal no Brasil cai 47% em outubro

Em relação a setembro, quando foram criados 150.334 novos empregos, de acordo com dados sem ajustes, a queda foi de 55,4 por cento

Carteira de trabalho: uma das expectativas mais positivas do consumidor é quanto ao desemprego (Daniela de Lamare/Gloss)

Carteira de trabalho: uma das expectativas mais positivas do consumidor é quanto ao desemprego (Daniela de Lamare/Gloss)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2012 às 20h42.

Brasília - A geração de emprego formal no Brasil despencou em outubro 47 por cento em relação ao mesmo mês de 2011, para 66.988 vagas abertas, no pior desempenho mensal do ano, devido ao fraco desempenho dos setores de serviços e construção civil, informou nesta sexta-feira o Ministério do Trabalho.

Em relação a setembro, quando foram criados 150.334 novos empregos, de acordo com dados sem ajustes, a queda foi de 55,4 por cento. Foi o pior resultado para meses de outubro desde 2008, auge da crise internacional, quando foram abertos 61.401 empregos formais, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em outubro do ano passado, foram abertos 126.143 postos.

"Ficamos surpresos porque esperávamos um resultado melhor", afirmou o diretor de Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Rodolfo Peres Torelly, que projetava abertura líquida de 140 mil vagas no mês.

O resultado líquido também veio aquém do esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana previa a abertura de 94 mil novos postos no mês passado. As projeções variam entre 80 mil a 135 mil.

Por conta do mau desempenho de outubro, o governo reduziu a projeção de abertura de emprego formal em 2012 para 1,4 milhão de vagas, ante projeção anterior de 1,47 milhão de vagas.


Se confirmada, será a pior performance anual desde 2009, quando o país criou 995.110 postos. No ano passado, foram abertas 1,566 milhão vagas formais, de acordo com dados sem ajustes.

Torelly explicou que o desempenho ruim do mês passado veio dos setores de serviços e construção civil. A abertura de postos em instituições financeira, em apenas 734, deprimiu todo o setor de serviços, que criou apenas 32.724 vagas, queda de 57,5 por cento sobre outubro de 2011.

Já o de construção civil fechou 8.290 vagas, contra uma abertura de 10.200 postos no mesmo mês do ano passado. Segundo Torelly, isso deveu-se à suspensão de contratos de trabalho em empreiteiras de São Paulo e do Distrito Federal, que preferiram poupar os gastos com mão de obra diante da período mais intenso de chuvas.

Outros setores que registraram fechamento líquido de vagas foram agricultura ( -20.153 vagas) e administração pública (-3.521 vagas).

No ano até outubro, foram criadas ao todo 1.319.090 vagas no país, de acordo com dados sem ajuste, representando uma queda de 31,7 por cento sobre o mesmo período de 2011, quando foram abertos 1.931.480 postos de trabalho.

Indústria contrata - Apesar do resultado ruim, Torelly destacou a abertura de vagas no setor da indústria da transformação, com saldo positivo de 17.520 postos no mês passado, crescimento de 236,5 por cento sobre outubro de 2011, quando foram abertas 5.206 vagas. Em relação a setembro, contudo, quando a indústria liderou as contratações, com a abertura líquida de 66,2 mil postos de trabalho, houve queda de 73,5 por cento nas contratações do setor.

"Depois que a indústria cresce, tudo floresce", disse o diretor.

Os dados do Caged têm mostrado desaceleração nas contratações de trabalhadores em quase todos os meses deste ano em comparação ao ano passado. Mesmo assim, a geração líquida de vagas formais têm sido suficiente para manter a taxa de desemprego baixa e a renda em alta.

Em outubro, a taxa de desemprego caiu para 5,3 por cento ante 5,4 por cento em setembro, atingindo o menor nível para meses de outubro desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também no mês passado, o rendimento médio da população ocupada subiu 0,3 por cento.

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