Economia

Geração de emprego é desafio para país em desenvolvimento

Ampliar políticas de capacitação profissional também é um desafio para nações com programas avançados de transferência de renda como o Brasil


	Agência de emprego no Brasil: segundo economista, país ganharia investindo no monitoramento dos beneficiários, para avaliar se vão conseguir alcançar e se manter em empregos de maior renda
 (Rich Press/Bloomberg)

Agência de emprego no Brasil: segundo economista, país ganharia investindo no monitoramento dos beneficiários, para avaliar se vão conseguir alcançar e se manter em empregos de maior renda (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 17h54.

Rio de Janeiro  - Ampliar políticas de capacitação profissional e de geração de emprego são desafios para países com programas avançados de transferência de renda como o Brasil. A avaliação é de especialistas reunidos no Fórum de Aprendizagem Sul-Sul 2014: Desenhando e Implementando Sistemas de Proteção Social e Trabalho, evento do Banco Mundial, hoje (17), no Rio de Janeiro.

Segundo a economista do banco responsável por acompanhar programas na América Latina e Caribe, Maria Concepción Steta, o Brasil atingiu um patamar avançado de políticas de transferência de renda integrando o Bolsa Família aos demais programas sociais do governo, como a própria aposentadoria. Para ela, no entanto, o país ganharia investindo no monitoramento dos beneficiários, para avaliar se vão conseguir alcançar e se manter em empregos de maior renda.

"Aprendemos que os programas de transferência de renda são muito importantes, porque no curto prazo reduzem a pobreza, mas isso não basta", disse Maria Concepción. No longo prazo, a recomendação dela é para que o Brasil "siga integrando as políticas e melhorando serviços. Especialmente, de educação, para que jovens entrem no mercado de trabalho", destacou.

Para o diretor da Agência Alemã para a Cooperação Internacional, Christof Kersting, a criação de empregos é um desafio para todos os países. Na Alemanha, onde a taxa de desemprego era de cerca de 9% há uma década, ele deu como exemplo a iniciativa do governo de estimular vagas temporárias, mas garantido a rede de proteção ao trabalhador.

"Mudamos as regras do mercado de trabalho e temos mais ocupações de médio prazo, de poucas horas, mas com critérios claros sobre a seguridade social", reforçou. De acordo com Kersting, essa mudança permitiu que mais pessoas encontrassem recolocação profissional.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo, que participou do evento, reconheceu que a política brasileira de proteção social pode ser aprimorada. Ela concorda que melhorar o banco de dados é um desafio para avaliar a eficiência. "Somos referência, mas novas tecnologias de monitoramento e avaliação são pontos que podemos avançar".

Reconhecer que, apesar de importantes resultados no combate à pobreza, os programas nacionais precisam de atualização constante e têm falhas é fundamental para corrigi-los, avalia o diretor da agência alemã que patrocina o fórum. Christof aposta na chance de os países assumirem as falhas e encontrarem soluções comuns, mesmo os mais desenvolvidos.

"A Alemanha tem um sistema avançado de proteção social, mas temos problemas com o envelhecimento da população. Descobrimos idosos vivendo abaixo da linha pobreza", revelou. "Isso é algo que queremos discutir com outros países".

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