Economia

Gastos de peregrinos vão além do previsto, diz economista

De acordo com o economista Daniel Plá, os pequenos comerciantes “estão vendendo três vezes mais do que venderam na Copa das Confederações, em junho”


	Lojistas vendem camisetas de promoção da Jornada da Juventude no Rio de Janeiro: além de artigos religiosos, camisetas, bonés, chaveiros e lembranças do Rio de Janeiro, cresce a venda de sandálias de dedo e de cachaça brasileira.
 (Tomaz Silva/ABr)

Lojistas vendem camisetas de promoção da Jornada da Juventude no Rio de Janeiro: além de artigos religiosos, camisetas, bonés, chaveiros e lembranças do Rio de Janeiro, cresce a venda de sandálias de dedo e de cachaça brasileira. (Tomaz Silva/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 15h42.

Rio de Janeiro – Os peregrinos que vieram ao país para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), aberta oficialmente hoje (23) no Rio, estão gastando além do previsto, disse à Agência Brasil o economista Daniel Plá, professor de varejo da Fundação Getulio Vargas.

Para ele, no entanto, “o verdadeiro dia das compras” dos peregrinos será amanhã (24), véspera dos feriados decretados pela prefeitura do Rio para quinta e sexta-feira (25 e 26) por causa do evento. A jornada é o primeiro compromisso do papa Francisco no exterior.

Os feriados valem para escolas, repartições públicas e bancos, além de órgãos do Judiciário, “mas o comércio funcionará normalmente”, ressaltou Daniel Plá. "Amanhã é o Dia D. O comércio vai poder dizer se [a decretação dos feriados] compensou, ou não, essa onda de manifestações, que afastaram o consumidor.”

De acordo com o economista, os pequenos comerciantes e, principalmente as bancas de jornais, “estão vendendo três vezes mais do que venderam na Copa das Confederações, em junho”. Ele estimou que os produtos que não saíram durante a Copa das Confederações devem terminar até sexta-feira (26).

No entanto, observou o economista, o gasto médio por peregrino não é significativo, girando em torno de R$ 20 a R$ 50. “Mas o volume de pessoas [participando da jornada] é grande”. Considerando pelo menos 400 mil peregrinos indo às compras, Daniel Plá calculou que o movimento no comércio poderá atingir R$ 120 milhões durante o evento, que vai até domingo (28).


Segundo ele, além de artigos religiosos, camisetas, bonés, chaveiros e lembranças do Rio de Janeiro, cresce a venda de sandálias de dedo e de cachaça brasileira.

O presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Alfândega e Adjacências (Saara), Ênio Bittencourt, disse que os peregrinos compram coisas baratas. "Às vezes, grupos de 20 ou 30 pessoas compram mais um pouquinho.” Na Saara, maior shopping center a céu aberto do estado do Rio, o gasto médio por pessoa varia entre R$ 50 e R$ 70. Camisetas estampadas com a imagem do papa Francisco e da própria Jornada Mundial da Juventude são campeãs de vendas no local.

Na parte de alimentação, é grande a procura por estabelecimentos do tipo fast food (comida rápida) ou a quilo, nos quais formam-se grandes filas, com os clientes aguardando, às vezes, na calçada. Ontem (22), por exemplo, na comunidade do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, um restaurante recebeu cerca de 50 peregrinos de Moçambique e da Guiné-Bissau. Com isso, em um dia, o restaurante vendeu o equivalente ao que fatura em uma semana inteira.

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