Economia

G20 pede moedas mais flexíveis e mais gasto social a emergentes

Toronto - Os países emergentes com superávit deverão assumir reformas destinadas a flexibilizar suas moedas, fortalecer os gastos sociais e em infraestrutura, segundo o texto do comunicado final da reunião de cúpula do G20 (grupo das principais economias avançadas e em desenvolvimento), obtido pela AFP neste domingo. O anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro do Canadá, […]

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2010 às 14h58.

Toronto - Os países emergentes com superávit deverão assumir reformas destinadas a flexibilizar suas moedas, fortalecer os gastos sociais e em infraestrutura, segundo o texto do comunicado final da reunião de cúpula do G20 (grupo das principais economias avançadas e em desenvolvimento), obtido pela AFP neste domingo.

O anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, pediu que os países do G20 reduzam seus déficits orçamentários pela metade até 2013 e que a relação entre dívida e PIB (Produto Interno Bruto) comece a cair até 2016.

A crise de déficit e de dívida pública em algumas economias europeias e as medidas de austeridade adotadas por esses países estiveram no centro dos debates em Toronto.

"Comprometemo-nos a realizar ações coordenadas para sustentar um crescimento mais forte e equilibrado", diz o projeto de declaração, que também defende a criação de emprego.

As ações, no entanto, "serão diferentes e ajustadas às circunstâncias nacionais", reconhecem líderes das nações mais industrializadas e emergentes.

A declaração se produz uma semana depois de a China anunciar a intenção de flexibilizar seu regime cambial, tirando o iuane da cotação invariável que mantinha ante o dólar há quase dois anos.

No sábado, o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, havia dito que os países emergentes não devem "carregar nas costas" a retomada do crescimento mundial e que, ao ter pressa em retirar estímulos e implementar políticas de ajuste fiscal, alguns países, como os europeus, colocam em risco a consolidação da recuperação da economia global.

Mantega lidera a delegação brasileira na cúpula, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação para acompanhar os esforços de ajuda às vítimas das chuvas no nordeste do Brasil.

Assim como o Brasil, os Estados Unidos e outros países temem que a retirada prematura das medidas de estímulo possa colocar em risco a recuperação global.

Segundo o ministro, o Brasil não teria problema em cumprir metas de reução do déficit, mas países como o Japão, com défictis altos, enfrentariam dificuldades.

A delegação brasileira insistiu, durante a reunião, na importância de que seja aprovado em Toronto um calendário para a aprovação da reforma do sistema financeiro, para que seja levada à cúpula de Seul (nos dias 11 e 12 de novembro).

A reforma financeira vem sendo discutida desde encontros anteriores do G20 e tem o objetivo de tornar o sistema financeiro mais transparente e evitar que se sucedam novas crises econômicas globais como a de 2008.

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