Economia

G20 deve olhar para Banco Africano, defende BNDES

O presidente do banco, Luciano Coutinho, prometeu levar o tema ao ministro da Fazenda, Guido Mantega

O banco de fomento brasileiro promoveu o seminário "Investindo na África: oportunidades, desafios e instrumentos para a cooperação econômica" (Divulgação/BNDES)

O banco de fomento brasileiro promoveu o seminário "Investindo na África: oportunidades, desafios e instrumentos para a cooperação econômica" (Divulgação/BNDES)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 16h07.

Rio de Janeiro - O aumento do capital disponível para o Banco Africano de Desenvolvimento deve entrar na agenda do G20, afirmou hoje o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que prometeu levar o tema ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. O banco de fomento brasileiro promoveu o seminário "Investindo na África: oportunidades, desafios e instrumentos para a cooperação econômica", em que reafirmou seu compromisso com o continente.

Segundo Coutinho, o correspondente africano do BNDES tem um déficit de funding de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões ao ano para a implementação de cerca de 50 projetos no continente. "O Banco Africano de Desenvolvimento precisa aumentar sua escala para dar suporte ao crescimento", disse. Coutinho destacou a atuação fundamental da instituição para evitar os efeitos da crise de 2009 sobre o crescimento da África, por meio de políticas anticíclicas tal qual o BNDES no Brasil. Até 2008 o continente crescia 6% ao ano e em 2012 deve voltar a ficar próximo desse patamar, com crescimento esperado de 5,5% do PIB.

Entre as oportunidades vislumbradas pelo BNDES estão investimentos em logística, telecomunicações, energia, varejo e alimentos. "O mercado doméstico africano é um dos que mais crescem. Temos recebido consultas de empresas de setores como alimentos, laticínios e vestuário, interessados em investir na África", disse o presidente do BNDES.

O banco de fomento continuará trabalhando no aperfeiçoamento de garantias e programas de financiamento voltados à África. A instituição financiará com R$ 6,5 milhões do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP) um estudo técnico para avaliar a viabilidade da produção de biocombustíveis nos países da União Econômica e Monetária do Oeste Africano (Uemoa). O levantamento incluirá o território de Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger e Togo, e levará em conta as condições ambientais, sociais, de mercado, infraestrutura e marcos regulatórios para a produção de bioenergia.

A Petrobras Biocombustíveis está na fase final de estudos para a produção de etanol em Moçambique, a partir do melaço oriundo da produção de açúcar. "Já estamos em fase de cotação de equipamentos e aguardamos a definição do marco regulatório para o etanol em Moçambique", disse o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rosseto. A expectativa é de que ainda no primeiro semestre os africanos definam itens importantes do marco regulatório do etanol, como a estrutura de distribuição, responsabilidades da mistura e preços.

A Petrobras estima um investimento de US$ 20 milhões para a produção de 20 metros cúbicos de etanol por ano em Moçambique. O investimento deve ser definido pela estatal até o fim do ano.

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