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França e Itália pedem menos austeridade na UE

"Somos muito conscientes do desespero do povo e do crescente debate" entre austeridade e crescimento, assinalou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy

O presidente francês François Hollande discursa durante a reunião da UE em Bruxelas (AFP / Bertrand Langlois)
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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2013 às 07h29.

Bruxelas - França e Itália se uniram nesta quinta-feira contra o excesso de austeridade promovido pela Alemanha na União Europeia , durante a cúpula dos dirigentes do bloco em Bruxelas, marcada pelo protesto de milhares contra a recessão e o desemprego.

"Somos muito conscientes do desespero do povo e do crescente debate" entre austeridade e crescimento, assinalou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

Pela primeira vez em meses, os 27 dirigentes da UE se reuniram sem um tema urgente na agenda e além da retórica carregada de boas intenções para reativar o emprego e o crescimento, não ocorreu qualquer decisão importante.

O desafio de se "encontrar" um equilíbrio entre a consolidação orçamentária e o crescimento na Europa é, sob todas as luzes, complicado. De um lado está o "bloco da austeridade", com Alemanha, Finlândia, Áustria e Holanda, e do outro estão os países que pedem mais flexibilidade, liderados por França, Espanha e Itália.

A poucos metros da sede do Conselho Europeu, milhares de pessoas protestaram contra a austeridade, a recessão e o desemprego na Europa, entre elas 3 mil trabalhadores da americana Caterpillar, que recentemente anunciou 1.400 demissões.

O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, defendeu a adoção de medidas a favor do emprego e do crescimento, como resposta ao "populismo e a descrença na União Europeia".


"Precisamos nos concentrar em uma consolidação fiscal que promova o crescimento (...). Tomar ações efetivas para reativar o crescimento e combater o desemprego juvenil e de longa duração (...). Esta seria a melhor mensagem para enfrentar a onda crescente de populismo e descrença na União Europeia, mostrando que a Europa atende às preocupações da população".

O presidente francês, François Hollande, afirmou que o objetivo de defender "a disciplina fiscal deve ser compatível com as perspectivas de crescimento".

Hollande defende uma flexibilização do calendário previsto para o cumprimento dos objetivos fiscais. Os países mais atingidos pela crise da dívida, como Espanha e França, esperam algumas compensações em troca dos cortes de gastos que lhes foram exigidos para sanear suas contas públicas.

O chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que "é preciso se enfrentar os riscos de um duplo afastamento: que a economia se afaste do crescimento e que os cidadãos se afastem da Europa".

Os dirigentes reunidos no Conselho Europeu destacaram as vantagens das reformas que empreenderam nos países mais afetados pela crise da dívida e acertaram medidas para reativar o crescimento e fomentar o emprego.


Bruxelas tem dito em várias ocasiões que entende a "frustração" dos cidadãos europeus diante dos nefastos resultados provocados pelas reformas exigidas, mas insiste em que este é um processo que necessita de "tempo".

"Precisamos de tempo para que os resultados se traduzam em mais atividade econômica e mais emprego", disse Van Rompuy.

Os dados são particularmente devastadores nos chamados países do sul, onde os índices de pobreza se elevam e o desemprego é alarmante.

Em um claro protesto contra a austeridade, os italianos votaram em dois candidatos completamente distintos entre si: o comediante Beppe Grillo e o magnata Silvio Berlusconi, ambos críticos da austeridade promovida por Bruxelas.

Itália, a terceira economia da zona euro, está afundada no atoleiro político após as eleições legislativas, mas Bruxelas se preocupa mais com o cumprimento do programa de reformas e ajustes assumido por Roma para reduzir sua gigantesca dívida, que em 2012 atingiu 127% do PIB.

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Bruxelas - França e Itália se uniram nesta quinta-feira contra o excesso de austeridade promovido pela Alemanha na União Europeia , durante a cúpula dos dirigentes do bloco em Bruxelas, marcada pelo protesto de milhares contra a recessão e o desemprego.

"Somos muito conscientes do desespero do povo e do crescente debate" entre austeridade e crescimento, assinalou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

Pela primeira vez em meses, os 27 dirigentes da UE se reuniram sem um tema urgente na agenda e além da retórica carregada de boas intenções para reativar o emprego e o crescimento, não ocorreu qualquer decisão importante.

O desafio de se "encontrar" um equilíbrio entre a consolidação orçamentária e o crescimento na Europa é, sob todas as luzes, complicado. De um lado está o "bloco da austeridade", com Alemanha, Finlândia, Áustria e Holanda, e do outro estão os países que pedem mais flexibilidade, liderados por França, Espanha e Itália.

A poucos metros da sede do Conselho Europeu, milhares de pessoas protestaram contra a austeridade, a recessão e o desemprego na Europa, entre elas 3 mil trabalhadores da americana Caterpillar, que recentemente anunciou 1.400 demissões.

O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, defendeu a adoção de medidas a favor do emprego e do crescimento, como resposta ao "populismo e a descrença na União Europeia".


"Precisamos nos concentrar em uma consolidação fiscal que promova o crescimento (...). Tomar ações efetivas para reativar o crescimento e combater o desemprego juvenil e de longa duração (...). Esta seria a melhor mensagem para enfrentar a onda crescente de populismo e descrença na União Europeia, mostrando que a Europa atende às preocupações da população".

O presidente francês, François Hollande, afirmou que o objetivo de defender "a disciplina fiscal deve ser compatível com as perspectivas de crescimento".

Hollande defende uma flexibilização do calendário previsto para o cumprimento dos objetivos fiscais. Os países mais atingidos pela crise da dívida, como Espanha e França, esperam algumas compensações em troca dos cortes de gastos que lhes foram exigidos para sanear suas contas públicas.

O chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que "é preciso se enfrentar os riscos de um duplo afastamento: que a economia se afaste do crescimento e que os cidadãos se afastem da Europa".

Os dirigentes reunidos no Conselho Europeu destacaram as vantagens das reformas que empreenderam nos países mais afetados pela crise da dívida e acertaram medidas para reativar o crescimento e fomentar o emprego.


Bruxelas tem dito em várias ocasiões que entende a "frustração" dos cidadãos europeus diante dos nefastos resultados provocados pelas reformas exigidas, mas insiste em que este é um processo que necessita de "tempo".

"Precisamos de tempo para que os resultados se traduzam em mais atividade econômica e mais emprego", disse Van Rompuy.

Os dados são particularmente devastadores nos chamados países do sul, onde os índices de pobreza se elevam e o desemprego é alarmante.

Em um claro protesto contra a austeridade, os italianos votaram em dois candidatos completamente distintos entre si: o comediante Beppe Grillo e o magnata Silvio Berlusconi, ambos críticos da austeridade promovida por Bruxelas.

Itália, a terceira economia da zona euro, está afundada no atoleiro político após as eleições legislativas, mas Bruxelas se preocupa mais com o cumprimento do programa de reformas e ajustes assumido por Roma para reduzir sua gigantesca dívida, que em 2012 atingiu 127% do PIB.

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