Economia

França anuncia corte de 4,5 bilhões de euros para limitar déficit

Objetivo do corte é honrar o compromisso com Bruxelas de limitar o déficit a 3% do PIB

França: o governo de Hollande havia se comprometido a reduzir o déficit público para 2,8% do PIB este ano (David Ramos/Getty Images)

França: o governo de Hollande havia se comprometido a reduzir o déficit público para 2,8% do PIB este ano (David Ramos/Getty Images)

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AFP

Publicado em 11 de julho de 2017 às 11h45.

A França pretende cortar € 4,5 bilhões em gastos públicos em 2017 para honrar seu compromisso com Bruxelas de limitar o déficit a 3% do PIB - informou o ministro francês das Contas Públicas, Gérald Darmanin, em entrevista ao jornal "Le Parisien" publicada nesta terça-feira (11).

"Identificamos € 4,5 bilhões de economias (...) apenas no orçamento do Estado", inicialmente estipulado em € 322 bilhões para 2017, afirmou o ministro.

"Cumpriremos a promessa feita pela França", garantiu.

O governo do agora ex-presidente François Hollande havia se comprometido a reduzir o déficit público para 2,8% do PIB este ano, contra 3,4%, em 2016.

Caso a promessa seja cumprida, será a primeira vez em uma década que a França manterá seu déficit abaixo do limite de 3% fixado pelos tratados europeus.

No final de junho, o Tribunal de Contas apresentou um relatório que disparou o alerta na incipiente administração de Emmanuel Macron. Em 2017, informa o órgão, o déficit público alcançará 3,2% do PIB, a menos que seja feito um enxugamento "sem precedentes".

Segundo Darmanin, o governo poupará sem tocar "nos serviços de que gozam os franceses" e sem aumentar os impostos, como prometeu o primeiro-ministro Edouard Philippe.

Os cortes serão feitos, principalmente, nos gastos de funcionamento dos ministérios. Por exemplo, no caso da gestão do parque automobilístico, ou com licitações mais bem negociadas.

Entre os cortes contemplados já antecipados pelo ministro, estão € 60 milhões em reduções nos gastos do gabinete do premiê; € 268 milhões no Ministério das Finanças, diminuindo, por exemplo, o custo de um programa de digitalização; ou € 282 milhões no Ministério das Relações Exteriores, dos quais metade proveria de uma redução da ajuda pública ao desenvolvimento.

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