Economia

Focus eleva para 0,66% previsão de retração da economia

A perspectiva de retração se aprofundou e passou de -0,58% para -0,66% no relatório


	Banco Central: há quatro semanas, a estimativa ainda era de estabilidade de crescimento econômico
 (Gregg Newton/Bloomberg)

Banco Central: há quatro semanas, a estimativa ainda era de estabilidade de crescimento econômico (Gregg Newton/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2015 às 09h57.

Brasília - Mais uma vez apresentando forte piora, a produção industrial foi o estopim para uma nova correção para baixo das previsões do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015.

A perspectiva de retração se aprofundou e passou de -0,58% para -0,66% no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 9, pelo Banco Central.

Há quatro semanas, a estimativa ainda era de estabilidade de crescimento econômico. Esta foi a décima revisão seguida para baixo desse indicador.

Para 2016, a expectativa segue um pouco mais otimista, apesar de também ter sido diminuída. A previsão de alta de 1,50% foi substituída pela de 1,40%.

A produção industrial continua como referência para a confecção das previsões para o PIB em 2015 e 2016.

No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de queda de 1,38% para este ano, bem maior do que a previsão de baixa de 0,72% vista na semana passada e de alta de 0,44% de quatro semanas atrás.

Para 2016, as apostas de expansão para a indústria foram mantidas em 2,40% de uma semana para outra. Mesmo assim, a mediana está mais baixa do que a vista quatro edições da pesquisa Focus: 2,50%.

Os economistas alteraram também suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB.

Para 2015, a mediana das previsões passou de 38,20% para 38,00% - quatro semanas antes esse número estava em 37,20%.

No caso de 2016, as expectativas foram ampliadas de 38,90% para 39,15% de uma semana para outra - um mês atrás estava em 37,80%.

Câmbio

As previsões para o comportamento do câmbio neste e no próximo ano mostraram mudanças sutis no relatório do BC.

De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o dólar no encerramento de 2015 passou de R$ 2,91 para R$ 2,95.

Quatro edições anteriores, a mediana estava em R$ 2,80. Com a elevação, a taxa média prevista para este ano subiu de R$ 2,86 para R$ 2,88 - um mês antes estava em R$ 2,73.

Já para 2016, a cotação final ficou parada em R$ 3,00 de uma semana para outra - estava em R$ 2,90 quatro levantamentos antes.

Apesar disso, a taxa média para o ano que vem avançou de R$ 2,90 para R$ 2,93.

Quatro semanas antes, a mediana estava em R$ 2,82.

Superávit comercial

As projeções para a balança comercial apresentaram piora tanto para 2015 quanto para 2016.

A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 caiu de um saldo positivo de US$ 5 bilhões, mesmo patamar também visto quatro semanas atrás, para US$ 4 bilhões.

Para 2016, a mediana das projeções passou de um superávit de US$ 11,24 bilhões para US$ 10,40 bilhões. Um mês antes, a projeção mediana era de uma saldo positivo de US$ 12 bilhões.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro manteve suas previsões e a mediana para 2015 ficou estável em um déficit de US$ 79,10 bilhões de uma edição da Focus para a outra. Quatro semanas atrás estava em US$ 78,00 bilhões.

Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo ficou inalterada em US$ 70 bilhões agora.

Um mês antes esse número estava em US$ 69,00 bilhões.

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem, já que a mediana das previsões para esse indicador foi mantida US$ 60,00 bilhões no caso de 2015 e reduzida de US$ 58,50 bilhões para US$ 58 bilhões no de 2016.

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