Economia

FMI transforma sua agenda de atuação

O FMI se transforma e, entre as novas propostas da instituição, está a criação de um novo esquema de taxação dos bancos, definida pelo G-20

Sede do FMI, em Washington, nos Estados Unidos. (.)

Sede do FMI, em Washington, nos Estados Unidos. (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Washington - Com uma agenda mais ampla e ambiciosa, o Fundo Monetário Internacional (FMI) se transforma. A proposta de um novo esquema de taxação dos bancos, preparada para o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), é mais um sinal dessa mudança, atrelada à nova conformação dos mercados e do poder econômico. O G-20 se firma como novo comitê executivo da economia mundial. As instituições multilaterais, como o Fundo e o Banco Mundial, têm de adaptar suas agendas, seu instrumental e seu funcionamento a essas novas condições.

A inovação começou de fato antes da conversão do G-20, em 2008, em foro de chefes de governo. Até esse momento, havia operado apenas como foro ministerial, sem peso político. A crise iniciada em 2007, com o estouro da bolha de crédito, acelerou a mudança do jogo. As novas funções do FMI já ultrapassam o seu mandato original. O velho Fundo cuidava de cada cliente de forma separada, coletando informações e negociando empréstimos vinculados a programas de estabilização. Mesmo diante de problemas epidêmicos, como a crise da dívida externa, nos anos 80, a terapia era individual. A instituição sempre foi um importante centro de análise da economia internacional, mas seus serviços eram negociados com cada cliente.

O novo Fundo deverá atuar em dois níveis. Continuará prestando assistência médica individual, com novos esquemas, como nos casos do México, da Polônia e da Colômbia, em 2008, e também com negociações de estilo tradicional, como ocorre, agora, no caso da Grécia. O governo grego deverá receber uma boa ajuda, provavelmente próxima de 15 bilhões de euros, mas terá de se comprometer com um duro programa de ajuste. Mas o Fundo deverá trabalhar também no campo da saúde pública e do saneamento, supervisionando os mercados, contribuindo para entendimentos multilaterais e, diante do perigo, fazendo soar o alerta com razoável antecipação. Essa será, provavelmente, a parte mais complicada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

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