Economia

Fluxo de investimentos no Brasil perde força, aponta Moody's

Os segmentos mais atingidos foram fundos de ações e multimercados, à medida que os investidores se tornaram mais avessos ao risco


	Logo da Moody's: os segmentos mais atingidos foram fundos de ações e multimercados
 (Emmanuel Dunand/AFP)

Logo da Moody's: os segmentos mais atingidos foram fundos de ações e multimercados (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 12h31.

São Paulo - Os fluxos líquidos para fundos mútuos e fundos de pensão no Brasil foram fracos no primeiro trimestre deste ano, comentou a agência de classificação de risco Moody's em relatório.

Segundo a Moody's, a elevada volatilidade resultante da desaceleração da economia, da desvalorização do real e de acontecimentos relacionados à investigação da Petrobras se traduziram no segundo trimestre consecutivo de fluxos de saída de capital.

Os segmentos mais atingidos foram fundos de ações e multimercados, à medida que os investidores se tornaram mais avessos ao risco. "Essas duas classes de ativos provavelmente permanecerão sob pressão, tendo em vista as elevadas taxas de juros", afirmou a Moody's.

A agência observou que veículos isentos de impostos também perderam ritmo, embora tenham continuado sendo uma importante alternativa de investimento.

"Produtos substitutos aos fundos de investimento, como poupanças e LCI2/LCI3 perderam terreno no começo do ano em relação ao trimestre imediatamente anterior. No entanto, tendo em vista o benefício fiscal estendido fornecido pela renovada regulação, LCI/LCA continuarão sendo um importante concorrente para os fundos tradicionais enquanto as taxas de juros permanecerem altas", comentou a Moody's.

As contas de poupança, diz a Moody's, podem não se sair bem também, enquanto investidores de varejo enfrentam aumento da inflação e pressões de endividamento, bem como menores retornos reais.

Segundo a Moody's, grandes gerentes de ativos continuam se beneficiando das atuais condições do mercado.

"Esses gerentes, muitos dos quais são afiliados de bancos, continuam se beneficiando do ambiente atual tendo em vista sua significativa oferta de produtos de renda fixa", observou a agência.

"Por outro lado, gerentes de ativos independentes, que tendem a ser mais focados em fundos de ações e multimercados, terão mais dificuldades para aumentar seus ativos sob gerenciamento", acrescentou.

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