Economia

Fim do ‘dinheiro fácil’ levará mundo a choque de US$ 410 bi este ano

Países ricos do G7, que injetaram US$ 8 trilhões na economia desde o início da pandemia, vão retirar estímulos em ritmo bilionário, prevê Bloomberg

 (halduns/Getty Images)

(halduns/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de maio de 2022 às 10h42.

Última atualização em 4 de maio de 2022 às 10h35.

O mundo precisa se preparar para um choque de US$ 410 bilhões. Essa é a quantia que vai “sumir” dos mercados globais com o fim do “dinheiro fácil” injetado por bancos centrais de todo o planeta para conter os efeitos da pandemia de coronavírus na economia.

Levantamento da Bloomberg Economics estima que, só nos países industrializados do G7, haverá um enxugamento de US$ 410 bilhões nos balanços de seus bancos centrais até o fim de 2022.

LEIA TAMBÉM: Prévia do PIB: IBC-Br sobe 0,34% em fevereiro, mas fica abaixo do esperado

É uma guinada em relação ao ano passado, quando houve uma injeção de recursos da ordem de US$ 2,8 trilhões pelos BCs dos países ricos. Desde que a pandemia do coronavírus eclodiu, foram nada menos do que US$ 8 trilhões em estímulos à economia no G7.

Essa onda de apoio monetário ajudou a sustentar as economias e os preços dos ativos durante a crise. Agora os bancos centrais recuam – tardiamente, na opinião de alguns críticos – à medida que a inflação dispara para máximas de várias décadas.

O duplo impacto da retirada de estímulos e das taxas de juros mais altas cria um desafio sem precedentes para uma economia global já atingida pela invasão da Ucrânia e pelas novos lockdowns por Covid na China.

LEIA TAMBÉM: Carros mais baratos? Veja os produtos que terão redução de imposto em maio

Ao contrário dos ciclos de alta de juros anteriores, quando o Federal Reserve dos EUA (Fed, o banco central americano) estava sozinho na retirada de estímulos, desta vez espera-se que outros façam o mesmo.

Isso levará a custos maiores para empréstimos a empresas e consumidores.

- Este é um grande choque financeiro para o mundo - disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para Ásia-Pacífico da Natixis, que trabalhou anteriormente para o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional. - Já estamos vendo as consequências na redução da liquidez (dinheiro em circulação) e na valorização do dólar.

O Fed deverá anunciar nesta quarta-feira uma nova alta na sua taxa básica de juros. Espera-se que o Fed eleve os juros em meio ponto percentual. E, até o fim do ano, esta alta poderá chegar a 2,5 pontos percentuais. Hoje a taxa básica americana está flutuando na banda entre 0,25% e 0,5%.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-internacionalEXAME-no-InstagramPandemia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor