Feirões e iniciativas empregam 11 mil refugiados desde 2012
Contratar imigrantes ou refugiados é prática que tem sido adotada por empresários da capital e do interior do Estado
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2016 às 11h37.
São Paulo - Desde que chegou a São Paulo há quatro anos, o refugiado da República Democrática do Congo Alphonse Nyembo passou por dificuldades.
No início, para ganhar a vida, tentava vender celulares e videogames usados.
Atualmente desempregado , no último ano tem sobrevivido com uma renda de R$ 1 mil que recebe das aulas de inglês ministradas na ONG Abraço Cultural.
Formado em Mecatrônica, ele acredita que agora tem a oportunidade de realizar seu maior sonho e conseguir uma vaga como mecânico industrial: na segunda-feira, 18, Nyembo participa da 3ª edição do Feirão de Empregos para o Imigrante e o Refugiado, realizado pelo governo do Estado em parceria com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
No evento, mais de cem vagas serão ofertadas nos setores de indústria e serviços e haverá palestras sobre empreendedorismo. Os interessados poderão tirar a carteira de trabalho e se cadastrar em programas sociais como o Bolsa Família.
"Caso eu não consiga a vaga de mecânico, vou aceitar o que vier mesmo, porque a crise está feia", lamenta o congolês, que fala cinco idiomas.
Contratar imigrantes ou refugiados é prática que tem sido adotada por empresários da capital e do interior do Estado.
Os feirões e outras iniciativas permanentes como o Eixo Trabalho, realizado pela Paróquia Nossa Senhora da Paz, e o Programa de Apoio à Recolocação do Refugiado (PARR), apoiado pela Cáritas, facilitam a intermediação entre as partes e preparam esses estrangeiros para o mercado de trabalho, oferecendo aulas de português e dicas para elaboração de currículo.
"Sensibilizamos o empresário, que muitas vezes não sabe o que é um refugiado e não enxerga o potencial dele", diz Rebeca Duran, do PARR. De acordo com levantamento das duas entidades, de janeiro de 2012 até março deste ano foram contratados 11.083 imigrantes e refugiados.
Apostar na mão de obra imigrante é uma maneira de aumentar a diversidade dentro das empresas, o que pode criar um ambiente onde se facilita a criatividade. Esta é a opinião do contador Mauro de Andrade, proprietário do escritório Gesplan Contabilidade.
Em abril do ano passado, ele contratou as refugiadas Hayat Houbbi, de 22 anos, da Síria, e Kadiatou Balde, de 40 anos, da República da Guiné. "Ter pessoas que falam outros idiomas facilita os negócios."
Barreiras na integração
Uma grande dificuldade para a recolocação de imigrantes e refugiados no mercado de trabalho é a validação do diploma, no Brasil, de um curso universitário concluído em outro país.
A Cáritas estima que 25% dos refugiados têm curso superior completo.
Como não há uma legislação específica sobre o tema, as universidades públicas brasileiras responsáveis pela validação estabelecem suas próprias regras, em um processo que pode levar até dois anos e custar R$ 2 mil.
No ano passado, o Ministério da Educação chegou a emitir parecer para flexibilizar a validação de diplomas. "Estamos desperdiçando profissionais qualificados", diz Larissa Leite, da Caritas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Desde que chegou a São Paulo há quatro anos, o refugiado da República Democrática do Congo Alphonse Nyembo passou por dificuldades.
No início, para ganhar a vida, tentava vender celulares e videogames usados.
Atualmente desempregado , no último ano tem sobrevivido com uma renda de R$ 1 mil que recebe das aulas de inglês ministradas na ONG Abraço Cultural.
Formado em Mecatrônica, ele acredita que agora tem a oportunidade de realizar seu maior sonho e conseguir uma vaga como mecânico industrial: na segunda-feira, 18, Nyembo participa da 3ª edição do Feirão de Empregos para o Imigrante e o Refugiado, realizado pelo governo do Estado em parceria com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
No evento, mais de cem vagas serão ofertadas nos setores de indústria e serviços e haverá palestras sobre empreendedorismo. Os interessados poderão tirar a carteira de trabalho e se cadastrar em programas sociais como o Bolsa Família.
"Caso eu não consiga a vaga de mecânico, vou aceitar o que vier mesmo, porque a crise está feia", lamenta o congolês, que fala cinco idiomas.
Contratar imigrantes ou refugiados é prática que tem sido adotada por empresários da capital e do interior do Estado.
Os feirões e outras iniciativas permanentes como o Eixo Trabalho, realizado pela Paróquia Nossa Senhora da Paz, e o Programa de Apoio à Recolocação do Refugiado (PARR), apoiado pela Cáritas, facilitam a intermediação entre as partes e preparam esses estrangeiros para o mercado de trabalho, oferecendo aulas de português e dicas para elaboração de currículo.
"Sensibilizamos o empresário, que muitas vezes não sabe o que é um refugiado e não enxerga o potencial dele", diz Rebeca Duran, do PARR. De acordo com levantamento das duas entidades, de janeiro de 2012 até março deste ano foram contratados 11.083 imigrantes e refugiados.
Apostar na mão de obra imigrante é uma maneira de aumentar a diversidade dentro das empresas, o que pode criar um ambiente onde se facilita a criatividade. Esta é a opinião do contador Mauro de Andrade, proprietário do escritório Gesplan Contabilidade.
Em abril do ano passado, ele contratou as refugiadas Hayat Houbbi, de 22 anos, da Síria, e Kadiatou Balde, de 40 anos, da República da Guiné. "Ter pessoas que falam outros idiomas facilita os negócios."
Barreiras na integração
Uma grande dificuldade para a recolocação de imigrantes e refugiados no mercado de trabalho é a validação do diploma, no Brasil, de um curso universitário concluído em outro país.
A Cáritas estima que 25% dos refugiados têm curso superior completo.
Como não há uma legislação específica sobre o tema, as universidades públicas brasileiras responsáveis pela validação estabelecem suas próprias regras, em um processo que pode levar até dois anos e custar R$ 2 mil.
No ano passado, o Ministério da Educação chegou a emitir parecer para flexibilizar a validação de diplomas. "Estamos desperdiçando profissionais qualificados", diz Larissa Leite, da Caritas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.