Economia

Fed: Tensões comerciais e Brexit são riscos para estabilidade econômica

Negociações comerciais entre EUA e China aparecem mais de vinte vezes no Relatório de Política Monetária do banco central americano

Tensões comerciais dos EUA são vistas como riscos (Carlos Barria/Reuters)

Tensões comerciais dos EUA são vistas como riscos (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 20h05.

O Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) alertou nesta sexta-feira que uma "intensificação das tensões comerciais" e um Brexit sem acordo são riscos para a perspectiva econômica dos Estados Unidos e para a estabilidade financeira global.

No relatório semestral de política monetária, o Fed afirma que "os riscos potenciais para a estabilidade financeira internacional incluem a desaceleração do crescimento mundial, as incertezas políticas e o aumento das tensões comerciais".

Ao se referir à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o banco central acha que "sem um acordo de retirada, não haverá um período de transição para as interações comerciais e financeiras entre o Reino Unido e a UE".

"Para além dos preparativos para um Brexit sem acordo, uma ampla gama de atividades financeiras e econômicas poderiam ser interrompidas", disse o Fed.

Este relatório de política monetária é publicado para acompanhar o depoimento semestral do presidente do Fed, Jerome Powell, agendado para terça e quarta-feira perante comitês do Senado e da Câmara dos Representantes.

O Fed também menciona as tarifas como um risco-chave para o aumento da inflação, mas ressalta que a queda nos preços do petróleo e um dólar forte poderiam solucionar isso.

As tensões comerciais, especialmente entre a China e os Estados Unidos, são citadas mais de 20 vezes neste relatório de aproximadamente 60 páginas. Junto com a desaceleração da economia global, essas tensões são vistas como uma das causas de preocupação para os investidores que baixaram as expectativas sobre as taxas de juros nos próximos anos, diz o Fed.

Em seu último Comitê de Política Monetária no fim de dezembro, o banco central decidiu interromper o aumento da taxa "apesar do maior dinamismo do mercado de trabalho e da contínua expansão da economia dos Estados Unidos".

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