Economia

Fed mostra confiança na economia dos Estados Unidos

Banco central relevou o fraco crescimento e anunciou novo corte no programa de compra de títulos


	Chair do Federal Reserve, Janet Yellen: banco central informou que vai reduzir as compras mensais de ativos a 45 bilhões de dólares
 (Brendan McDermid/Reuters)

Chair do Federal Reserve, Janet Yellen: banco central informou que vai reduzir as compras mensais de ativos a 45 bilhões de dólares (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 16h51.

Washington - O Federal Reserve relevou nesta quarta-feira o crescimento econômico fraco dos Estados Unidos no primeiro trimestre e anunciou novo corte no programa de compra de títulos, num sinal da confiança do banco central norte-americano nas perspectivas da economia.

O Fed informou que vai reduzir as compras mensais de ativos a 45 bilhões de dólares, ante 55 bilhões de dólares, decisão amplamente esperada que mantém o curso para concluir o programa já em outubro. A decisão foi unânime.

No fim da reunião de dois dias, o banco central informou que a economia "vai se expandir em ritmo moderado e as condições do mercado de trabalho vão melhorar gradualmente", avaliação que corresponde ao comunicado do mês passado.

As recentes informações "indicam que o crescimento da atividade econômica se acelerou recentemente, após ter desacelerado durante o inverno em parte devido às condições climáticas adversas".

O Fed já reduziu as compras mensais de títulos em 40 bilhões de dólares, com quatro cortes. A diminuição gradual tem o objetivo de dar fim a uma era em que o balanço patrimonial do banco central quadruplicou, para mais de 4,2 trilhões de dólares, por meio de três diferentes programas de aquisições de ativos, que tinham como objetivo enfrentar a crise financeira, a recessão e o lento crescimento que se seguiram a ela.

O fim projetado do programa abre caminho para uma série de decisões esperadas para o próximo ano sobre quando e como reduzir o balanço patrimonial para níveis mais comuns e, principalmente, quando mover a taxa de juros acima do atual nível praticamente zerado, em que se encontra desde o fim de 2008.

A segunda reunião de política monetária de Janet Yellen como chair do Fed não apresentou nova diretriz. O BC reiterou que vai manter a meta para a taxa overnight entre 0 e 0,25 por cento "no horizonte relevante" mesmo após o programa de compra de títulos terminar.


A decisão do Fed de reduzir ainda mais as compra de ativos ocorreu apesar de novos dados mostrarem que a economia cresceu a uma taxa anual de 0,1 por cento no início do ano. O Fed já havia antecipado um resultado ruim no primeiro trimestre devido ao inverno rigoroso em muitas partes dos EUA.

Daqui para frente, as compras de títulos serão divididas entre 25 bilhões de dólares em títulos do Tesouro e 20 bilhões de dólares em títulos lastreados em hipotecas, um corte de 5 bilhões de dólares por mês para cada um.

Analistas esperavam pouco desta reunião já que o comitê de política monetária do Fed sinaliza estar num movimento padrão para encerrar as compras de títulos e debater quando ocorrerá o primeiro aumento na taxa de juros. Investidores esperam atualmente que a primeira alta da taxa ocorra em meados do próximo ano.

Com poucos sinais de inflação e um ainda elevado desemprego de 6,7 por cento, Yellen já disse haver grande "folga" na economia e uma necessidade de se manter as taxas baixas.

Em 16 de abril, ela disse que os EUA ainda podem estar há mais de dois anos distante de uma "taxa média de desemprego de longo prazo" de entre 5,2 e 5,6 por cento.

"Até agora na recuperação e até hoje, há pouca dúvida sobre se a economia manteve-se longe de emprego máximo", disse ela.

Apesar de o crescimento do PIB não ter retirado o Fed do cronograma, pode influenciar a discussão daqui para frente. A taxa de crescimento anual de 0,1 por cento ficou muito abaixo das expectativas.

"Isso certamente vai dar à Janet Yellen muito mais munição para permanecer de forma mais neutra no lado dovish", disse o estrategista de câmbio do Citi Richard Cochinos, antes da decisão do Fed.

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