Economia

Maioria dos membros do Fed defende manter taxa de juros até fim do ano

Banco central americano enxerga país resistindo à desaceleração econômica global e não prevê recessão

Fed: ata de reunião do banco central americano saiu nesta quarta-feira (Mandel Ngan/AFP)

Fed: ata de reunião do banco central americano saiu nesta quarta-feira (Mandel Ngan/AFP)

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Reuters

Publicado em 10 de abril de 2019 às 16h10.

Última atualização em 10 de abril de 2019 às 17h39.

Washington - Os membros do Federal Reserve debateram como gerenciar a forte carteira de títulos do banco central dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que concordaram em ser pacientes sobre qualquer mudança na política monetária, de acordo com a ata da reunião de março.

A maioria dos membros do Fed acredita que as perspectivas para a economia americana e os riscos, especialmente internacionais, justificam manter as taxas de juros no nível atual até o fim do ano, segundo a ata da última reunião divulgada nesta quarta-feira (10).

No entanto, vários participantes do Comitê de Política Monetária (FOMC) alertaram que os juros poderiam "mudar de direção", para cima ou para baixo, dependendo da evolução das variáveis econômicas.

As preocupações estão relacionadas ao aspecto das "curvas de juros" dos EUA, que mostram que os rendimentos dos títulos de longo prazo são iguais ou até menores que os dos títulos de curto prazo, "o que historicamente antecipa um enfraquecimento da economia".

Se a economia líder mundial continuar a crescer como esperado (2,1% previstos para este ano), vários membros não descartam um aumento "modesto" até o fim deste ano, de acordo com o documento sobre a reunião realizada entre 19 e 20 de março.

O Fed decidiu então deixar as taxas entre 2,25% e 2,50%, e a projeção sobre a evolução das taxas descartou mudanças até o fim de 2019. Três meses antes, as perspectivas eram diferentes, pois dois aumentos de 0,25 ponto ainda eram esperados antes do ano que vem.

A próxima reunião de política monetária ocorrerá entre 30 de abril e 1º de maio.

O enfraquecimento dos indicadores econômicos americanos no primeiro trimestre, especialmente no consumo, mas também o temor dos "efeitos negativos significativos" das tensões comerciais e do curso da economia internacional, como o Brexit, fizeram com que o Fed adotasse uma postura cautelosa, segundo a minuta.

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