Economia

FAO: 49 milhões de pessoas passam fome na América Latina

Desses 49 milhões que recolhe o relatório, intitulado "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo", sete milhões estão nos países caribenhos latino-americanos


	Haiti: em nível mundial a FAO estima que há quase 870 milhões de pessoas desnutridas
 (Hector Retamal/AFP)

Haiti: em nível mundial a FAO estima que há quase 870 milhões de pessoas desnutridas (Hector Retamal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 19h56.

Roma - Na América Latina 49 milhões de pessoas passam fome, segundo um estudo sobre o biênio 2010-2012 apresentado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que acrescenta que este dado caiu em 16 milhões em relação ao período de 1990-1992.

Desses 49 milhões que recolhe o relatório, intitulado "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo", sete milhões estão nos países caribenhos latino-americanos e os demais estão distribuídos pelos outros estados da América Latina.

Segundo os dados da FAO, se observa um descenso destacado na região do número de pessoas que passam fome, já que no biênio 1990-1992 ascendia a 65 milhões.

Deste modo, em termos de percentagem sobre a população total, o número passou de 14,6% em 1990-1992 para 8,3% em 2010-2012.

Em função destes dados, a região da América Latina e do Caribe está no caminho para conseguir suas metas de redução da crise de fome fixadas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que persegue reduzir pela metade a proporção de pessoas que passam fome no mundo até 2015.

O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, ressaltou em entrevista coletiva que esta região se beneficiou do crescimento econômico.


Mas lembrou que ocorre uma situação especial no sul, que é um crescimento que "não reduziu a pobreza na mesma proporção que se vê na redução" de outras áreas do mundo como, por exemplo, na Ásia.

O relatório assinala que os países da América Latina que já cumpriram o que se estima que cumpram com os objetivos fixados para 2015 são Cuba e República Dominicana, na área do Caribe, e Brasil, Argentina, Chile, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela na parte continental.

Pelo contrário, a FAO estabelece que não registrou avanço, ou inclusive houve uma deterioração, no caso de países como Costa Rica, Guatemala e Paraguai, enquanto tiveram um progresso insuficiente Haiti, Bolívia, Colômbia, Equador e El Salvador.

Em nível mundial a FAO estima que há quase 870 milhões de pessoas desnutridas e que as regiões mais afetadas pela fome são o sudeste asiático, com 304 milhões, a África Subsaariana, com 234 milhões, e a Ásia Oriental, com 167 milhões.

A agência da ONU advertiu que as estimativas divulgadas este ano não podem ser comparadas com os apresentados em edições anteriores do estudo, já que se introduziram melhorias na metodologia utilizada a fim de obter dados mais precisos. 

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