Fábrica de motos: para 2013, a Abraciclo avalia que deve haver um crescimento de 3,7% na produção e de 2,4% nas vendas para o atacado (Atônio Milena/ABr)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 14h14.
São Paulo - A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), espera que o ano de 2012 feche com retração de cerca de 20% na produção e vendas de motocicletas no atacado.
De acordo com o presidente da entidade, Marcos Fermanian, houve redução na linha de crédito para a venda de motos no primeiro semestre devido ao aumento na inadimplência. "Para cada 10 pessoas que buscam financiamento de motos, os bancos financiam apenas algo em torno de sete", queixou-se. "Cerca de 85% dos compradores de motocicletas estão nas classes C,D e E, que precisam de financiamento", ressaltou.
Fermanian explicou que a Abraciclo procurou o governo diversas vezes ao longo do ano pedindo apoio para expansão no crédito. Segundo ele, a ajuda demorou e comprometeu a expectativa inicial da entidade de expandir a produção e as vendas em 5% neste ano.
"Conversamos diversas vezes com o governo, solicitando apoio e incentivo à expansão no crédito para o setor. A ajuda chegou tardiamente, no segundo semestre. De julho até novembro vimos uma estabilização no volume de vendas diárias para algo em torno de 6.000 a 6.100 unidades, mas antes disso a queda foi acentuada", argumentou o dirigente, ressaltando que o setor voltou aos patamares de vendas de 2009, ano seguinte ao início da crise econômica global. Essa queda levou a indústria de motos a demitir 1.870 trabalhadores neste ano.
Para 2013, a entidade avalia que deve haver um crescimento de 3,7% na produção e de 2,4% nas vendas para o atacado.
De acordo com Fermanian, essa estimativa está baseada na estabilização das taxas de inadimplência nos financiamentos de motocicletas - registradas a partir do meio do ano - e na abertura de linhas de crédito pelos bancos públicos a partir do fim do segundo semestre de 2012.
"Com os indicadores de inadimplência se apresentando de forma controlada (entre 5% e 6%), e um movimento no mercado financeiro na direção da redução de juros, acreditamos que, além dos bancos públicos, os bancos de varejo devem também começar a atuar com mais intensidade nos financiamentos para o setor, o que geraria esse aumento", afirmou Fermanian na manhã desta quinta-feira.